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Infelizmente, esse terá de ser o nosso recomeço

João Vitor Segura fala sobre reconstrução da Ferroviária após rebaixamento da equipe para a Série A2 do Paulistão

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Ferroviária chegou à última rodada com chance de escapar do rebaixamento (Foto: Tiago Pavini/AFE)
Ferroviária chegou à última rodada com chance de escapar do rebaixamento (Foto: Tiago Pavini/AFE)

 

O rebaixamento é o momento de maior fragilidade para um clube de futebol. Pode não ser similar ao que passamos anteriormente em nossa história, mas é doloroso, é torturante e vai deixar marcas para sempre. Nunca, em toda a história, a Ferroviária tinha sido rebaixada dentro da sua casa. 

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Todas as vezes em que caiu para a Série A2, A3 e B1, tal vexame não tinha sido vivido em Araraquara. E quem diria que seria em 2023, com o elenco mais estrelado desde que subimos em 2015 (talvez o “elenco dos sonhos”). O desastre era premeditado.

 

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Talvez eu tenha demorado muito para dar as caras aqui, mas, depois de refletir muito, resolvi desabafar. Como torcedor, ainda machuca. Não seria natural dizer que “tudo passou e já estou recuperado”. Não. Meu coração ainda sofre, mas é o futebol. É assim e sempre vai ser. Nunca será apenas sobre glórias. Torcer para a Ferroviária é muito mais sobre sofrimento, resiliência e amor. Quando se olha para trás, é fácil enumerar os erros e apontar boas formas de corrigi-los.

 

Elano assumiu equipe no decorrer da competição, mas não evitou rebaixamento (Foto: Tiago Pavini/AFE)
Elano assumiu equipe no decorrer da competição, mas não evitou rebaixamento (Foto: Tiago Pavini/AFE)

 

Como redator neste portal, tenho de manter a compostura e conter, levemente, os meus sentimentos mais profundos de torcedor. O João Vitor afeano nunca perdoaria o João Vitor projeto-de-jornalista por não escrever o que vem no fundo da alma. Feito o desabafo emocionado, é hora de fazer a “caça às bruxas”.

Tecnicamente, é possível apontar diversos culpados pela queda. Elementos como diretoria, comissão técnica e jogadores têm parcela de culpa na campanha desastrosa de 2023. Os cartolas grenás podem ser culpados pela falta de planejamento, seja nas contratações ou na própria forma de guiar o clube. Elano e seus colegas fizeram más escolhas nas escalações, nas trocas e nas relações interpessoais. E os atletas não se mostravam totalmente dedicados ou sequer tinham nível técnico para vestir a camisa da Ferroviária.

Torcida compareceu em peso para apoiar equipe na última rodada do Paulistão (Foto: Tiago Pavini/AFE)
Torcida compareceu em peso para apoiar equipe na última rodada do Paulistão (Foto: Tiago Pavini/AFE)

 

Todos esses fatores ajudam a explicar o rebaixamento para a Série A2. Mas é óbvio que existem outros motivos e que eles não cabem ser citados nesse breve artigo. Caso não conquiste o acesso para a Série C, na próxima temporada a Ferroviária terá de voltar a disputar a Copa Paulista, que não disputa (com o elenco principal) desde 2019. A Locomotiva ficaria sem jogar alguma competição nacional, o que não acontece desde 2017, quando participou da Copa do Brasil.

Portanto, trata-se de um recomeço. Agora é hora de repensar o planejamento e. A Ferroviária já saiu de situações assim diversas vezes. 2023 será diferente, é a vida de todo um projeto em risco, vale muito mais do que um simples acesso.

Nós nunca estaremos satisfeitos.
 

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