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colunistasInovação é, necessariamente, tecnológica?

Inovação é, necessariamente, tecnológica?

Carolina Pazinato é da área de Inovação do Grupo EP e colunista do Tudo inovação do Tudo EP
 

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Analista de inovação e colunista do Tudo Inovação Carolina Pazinato. (Foto: Reprodução/EPTV)
Analista de inovação e colunista do Tudo Inovação Carolina Pazinato. (Foto: Reprodução/EPTV)

 Outro dia, estava em uma reunião de projeto e, quando fui apresentar a parte de inovação, o primeiro comentário foi: “não queremos essa inovação tecnológica”. Deixei o cliente desabafar, mas eu não ia falar sobre tecnologia, eu ia falar sobre experiência do cliente na jornada de consumo.
 

Este episódio, infelizmente, não é exceção quando falamos sobre inovação. Existe um preconceito latente quando trazemos inovação para o debate: muitas vezes, ela é associada puramente a tecnologia, sendo que o leque da inovação é muito maior, e tecnologia é apenas um dos seus formatos.
 

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Para falar sobre esse leque, quero explorar três pontos aqui:
 

– Em 1º lugar, precisamos entender que inovação é uma ferramenta, um meio, para criar uma oferta nova e viável que resolva um problema importante ou aproveite alguma oportunidade subaproveitada;
 

– Em 2º lugar, precisamos entender que, assim como inovação, a tecnologia também é uma ferramenta. Nós usamos tecnologias para resolver algo. Sempre existe um motivo para a tecnologia ser utilizada e, portanto, ela é um meio e não um fim. Então nem a inovação nem a tecnologia são um fim em si mesmas, elas sempre nos ajudam a atingir algum objetivo ou a resolver um problema. E este sempre será o foco: qual problema vamos resolver de forma inovadora, ou qual oportunidade vamos explorar de forma inovadora.
 

– Em 3º lugar – e meu favorito – precisamos olhar para as inovações de um ponto de vista metodológico para identificar as alavancas e oportunidades que podemos usar em nosso dia a dia, e que não necessariamente são alavancas tecnológicas. Para começo de conversa, indico uma das referências mais interessantes do mundo da inovação: “Dez tipo de inovação – a disciplina de criação de avanços de ruptura”.  
 

Neste livro, os autores trazem 10 tipos diferentes de inovação, divididas em 3 grandes grupos:   

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Configuração: Foco em trabalhos mais internos do negócio

– Modelo de Lucro

– Rede

– Estrutura

– Processo

Oferta: Foco em melhoria de atributos dos produtos ou serviços centrais do negócio

– Desempenho de Produto

– Sistema de Produto

Experiência: Foco nos elementos do negócio que são voltados para o cliente

– Serviços

– Canal

– Marca

– Envolvimento do cliente

Algo interessante deste modelo é que, além de ele abrir nossos horizontes sobre todas as possibilidades de inovação em nosso negócio, ele quebra um senso comum da inovação que é a inovação focada na oferta, ou seja, as melhorias e incrementos tecnológicos de produtos e serviços.  

Grandes empresas inovadoras entenderam que podem fazer combinações entre os 10 tipos de inovação para satisfazer seus clientes em diversos níveis, da tecnologia à experiência:  

Microsoft é maior que PCs: sua visão sobre conceção de licenças fez com que desenvolvessem o sistema MS Office, uma plataforma de software integrada que tem uma capacidade enorme de se reinventar de acordo com as novas necessidades e dificuldades dos clientes e hoje a marca está como uma das melhores nos quadrantes da Gartner.

Starbucks é maior que café: apesar do café ser um ponto importante para a marca, sua maior característica foi a capacidade de criar uma comunidade ao redor da marca e com um foco enorme em experiência e exclusividade (lembra quando ser chamado pelo nome era um grande diferencial de mercado?)

Amazon é maior que livros: apesar de ter começado com entrega de livros, hoje a Amazon entrega tudo, inclusive serviços em nuvem e é rainha dos micro serviços. Além disso, ela é uma empresa que desde o início, tem um foco bastante grande nos clientes. Segundo Jeff Bezos (2012), a Amazon tinha como meta “ser a empresa mais centrada no cliente da Terra (…)”.

Por fim, segundo os estudos da Doblin o braço da Deloitte que foca em inovação -, ao longo dos anos, as empresas gastaram muito dinheiro e tempo focando em inovações de oferta, ou seja, melhorias incrementais de performance e funcionamento dos seus produtos e serviços. No entanto, fazendo uma análise mais profunda sobre os resultados, as inovações de Modelo de Lucro, Networking e Experiência do Consumidor são os tipos de inovação que mais geram valor para o negócio – e com um nível menor de recursos empregados!  

Então, respondendo à pergunta do título, inovação não precisa ser tecnológica. A depender do tipo de inovação, a tecnologia terá mais ou menos influência e impacto. Se pensarmos em inovações focadas em melhoria de performance de produto, provavelmente precisaremos falar de tecnologia. Porém, se pensarmos em inovações nos modelos de lucro ou nos tipos de inovação que envolvem experiência, há muito que podemos fazer sem investimentos massivos em tecnologia. Lembrem-se: tecnologia é uma ferramenta que pode nos ajudar a inovar, mas não é nosso único recurso disponível!

Se você gostou dessa abordagem e quer saber mais sobre os tipos de inovação, fique ligada pois vamos produzir um artigo para cada grupo de inovação, e um artigo final com insights poderosos para seu negócio!  

Quem é a Carol?

Carolina Pazinato é formada em Relações Internacionais e Economia, Pós Graduada em Economia Criativa, master em Neurobusiness, além de grande entusiasta de Inovação como modo de viver e ver o mundo. Já foi auditora contábil, trainee e especialista do setor farmacêutico, mas encontrou seu propósito trabalhando com inovação. Em 2020, começou como consultora de Inovação na Inventta e hoje trabalha na área de Inovação do Grupo EP, focada em cultura, futuro e tendências. Carol vai escrever nesta coluna sobre inovação e tendência a cada 15 dias. Esse conteúdo é de sua estreia!
 

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