Após uma amarga temporada de 2022, a Ferroviária vira a chave e começa a pensar em 2023, quando disputará o Paulistão, no primeiro semestre, e a Série D, a partir do fim de abril. De quase rebaixamento até incertezas sobre os novos investidores, hoje veremos tudo sobre o 2022 da Locomotiva.
PAULISTÃO ESQUECÍVEL
O Campeonato Paulista da Ferroviária não foi bom. Os torcedores esperavam algo similar (ou até melhor) do que na temporada de 2021, quando a equipe terminou na quinta colocação geral. Naquela edição, o esquadrão grená teve o segundo melhor ataque da competição com 22 gols marcados, apenas atrás do São Paulo, com 38. Porém, em 2022 o cenário foi diferente: sem um time titular definido e com Elano no comando técnico, a Ferroviária se viu perdida no Paulistão. Ficou a dois pontos da classificação, mas evitou o rebaixamento apenas na última rodada, quando venceu o Mirassol.
Com três vitórias, cinco empates e quatro derrotas, a Locomotiva teve um aproveitamento de 38.8%, com 15 gols marcados e 17 sofridos. Dois jogos que ficaram marcados naquela campanha foram o empate contra o Santos, quando, por deficiência e instabilidade defensiva (com destaque negativo para as atuações de Marquinhos e Arthur) a Ferroviária deixou a vitória escapar com o gol de Léo Baptistão aos 48 minutos do segundo tempo.
Outra partida marcante foi a derrota para a Ponte Preta, quando a Locomotiva começou melhor e fez 20 minutos incríveis, mas tomou a virada com gol de Ribamar, que estava visivelmente fora de forma, novamente em falhas de marcação. Dessa vez, Didi, Tony e João Lucas pecaram nos gols marcados pela equipe de Campinas, que foi rebaixada para a segunda divisão posteriormente.
TCHARLLES QUASE SALVOU O DIA
Na Copa do Brasil a Ferroviária não teria uma missão fácil. O adversário da primeira fase era o Vasco, de Nenê e companhia, que não vivia a melhor fase de sua história, mas ainda era uma equipe qualificada. Com 21 chutes, sendo apenas seis no gol, contra cinco da equipe carioca, a Ferroviária jogou melhor que o Vasco, mas não conseguiu vencer. A equipe grená saiu perdendo com o gol de Raniel, quando Guilherme Nunes deu todo o espaço para Nenê encontrar o centroavante vascaíno sozinho entre os dois zagueiros afeanos.
Pouco tempo depois, aos 25 minutos, Tcharlles, renegado que jogava no lugar do desfalque Bruno Mezenga, empatou o jogo. Entretanto, o auxiliar enxergou um impedimento inexistente e anulou o gol que daria o empate aos donos da casa. O que se viu depois foi um festival de gols perdidos, com destaque para Gleyson, artilheiro da Ferroviária na Série D em 2021. Tendo entrado no intervalo no lugar de Murilo Rangel, o atacante recebeu dois belos cruzamentos e errou o tempo da bola, perdendo ambos os gols. Com o quádruplo de chutes do Vasco e 62% de posse de bola, a Ferroviária foi eliminada com erros que seriam recorrentes no primeiro semestre da equipe.
DESASTRE ATRÁS DE DESASTRE
A Série D era a oportunidade perfeita de fazer o ano de 2022 valer a pena, mas não rolou. O elenco foi montado como uma “filial” do Santo André, já que Thiago Carpini, treinador contratado para a Série D, trouxe a sua “panelinha” do seu ex-clube. A estreia na competição nacional empolgou: uma vitória por 8 a 0 contra a URT, de Minas Gerais, fez com que os torcedores pensassem que o acesso finalmente viesse depois de ter escapado em 2021, nas quartas de finais. Mas isso não aconteceu.
Carpini não soube comandar o time da Ferroviária e deu uma verdadeira aula de como não comandar uma equipe que mira um grande objetivo. Ele foi demitido e, para o seu lugar, Vinicius Munhoz voltou para Araraquara. Vinicius embalou uma boa sequência que colocou a equipe na terceira colocação, mas o gás acabou. A Ferroviária foi eliminada na primeira fase em antipenúltimo lugar de seu grupo, mesmo tendo sido apontada, antes do campeonato, como uma das mais fortes equipe nessa divisão nacional.
Um ponto positivo dessa Série D foi Júlio Vítor, destaque em 2021. O ponta continuou se destacando no campeonato, mas foi, muitas vezes, preterido pelos “protegidos” de Carpini.
INCERTEZAS E ALÍVIOS
As incertezas sobre os novos investidores da Ferroviária persistiram por um longo tempo. A princípio, parecia que um integrante da ‘holding’ dona da Estrella Galícia iria adquirir a equipe grená, mas após muitos boatos e muita conversa, o negócio desandou. E como Saul Klein e seus sócios já tinham deixado o clube, a Ferroviária se encontrava numa situação de ‘cachorro sem dono’. A ansiedade era por um novo grupo de investidores.
Giuliano Bertolucci, que já estava atuando no clube, resolveu adquirir a porção da MS Sports e se tornou acionista majoritário do clube de Araraquara, trazendo um alívio para os torcedores. Inclusive, as novidades reveladas após a mudança de dono animam os fãs da Ferroviária.
FOCO EM 2023
Com a tabela do Paulistão 2023 já definida, o anúncio das contratações já começou. Jogadores como John Kennedy, Álvaro, Alisson Cassiano, Felipe Ferreira e Matheus Galdezani já estão confirmados na equipe. Enquanto isso, Ytalo, Léo Santos e Heitor são especulados constantemente e devem reforçar a equipe para a próxima temporada. Portanto, resta saber se 2023 será trágico, como 2022, ou animador, como 2021.