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cotidianoMitos e verdades sobre o Agronegócio

Mitos e verdades sobre o Agronegócio

Setor é responsável por US$ 43,77 bilhões em exportação de janeiro a novembro de 2021, no Estado de São Paulo

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O agronegócio é uma das principais fontes de renda do país. Segundo estudo do Centro de Estudos Avançado em Economia Agrícola (Cepea), da USP, em conjunto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB do setor cresceu 9,81% no primeiro semestre de 2021. Em São Paulo, por exemplo, de janeiro a novembro deste ano, as exportações do agronegócio no estado somaram US$ 43,77 bilhões.  

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O agronegócio é considerado um dos setores propulsores da economia brasileira

Tamanha a relevância do agronegócio, circulam entre a população alguns rumores sobre o setor e que precisam ser checados. 

1 – Brasil pratica monocultura: Mito – é dito que o Brasil se baseia no cultivo de apenas poucas culturas, mas essa afirmação é falsa, segundo Marcos Fava Neves, professor titular dos cursos de administração da USP em Ribeirão Preto e da FGV, em São Paulo, e especialista em planejamento estratégico do agronegócio. 

“Associam a agricultura brasileira à monocultura. Primeiro que o Brasil produz de tudo. Fruta, trigo, cana, laranja, soja, e vem produzindo isso com alternância, porque hoje fazer rotação de culturas é uma decisão inteligente para diminuir a incidência de pragas e melhorar as condições do solo. Então, essa associação é feita de maneira equivocada. Os números da produção brasileira mostram isso. O Brasil está usando hoje menos de 10% de seu território para fazer a produção de grãos”, explica o especialista.   

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Apesar de ter seus carros-chefes, o Brasil investe na diversidade no cultivo do agronegócio
Apesar de ter seus carros-chefes, o Brasil investe na diversidade no cultivo do agronegócio

2 – Brasil usa defensivos agrícolas de forma exagerada: Mito – é espalhado que o Brasil é campeão no uso de defensivos agrícolas durante a lavoura. Marcos Fava Neves explica o por quê de ser uma afirmação falsa.

“Defensivo é o remédio da planta. Os defensivos são importantes porque as pragas e as doenças atacam as plantas que são feitas para nossa alimentação, então eles têm que ser usados. E o Brasil tem agricultura tropical. O Brasil consegue usar a mesma área até 3 vezes no ano, diferente dos EUA, da Europa, da Rússia, que tem temperaturas negativas e isso reduz a incidência de pragas e doenças. Em relação ao Brasil, quando olhamos por área, o país é o 25° no mundo em uso de defensivos agrícolas. Os defensivos agrícolas têm custo elevado. E o produtor rural não despeja no solo um produto desnecessariamente”, completa o professor.  

Brasil ocupa a 25ª colocação no ranking mundial de uso de defensivos agrícolas
Brasil ocupa a 25ª colocação no ranking mundial de uso de defensivos agrícolas

3 – Uso exagerado da água na agricultura: Mito – Constantemente é creditado ao agronegócio a responsabilidade por gerar crises nos recursos hídricos no Brasil. Porém, é importante diferenciar volume utilizado de volume consumido. Segundo dados das Contas Econômicas Ambientais da Água (CEAA), em 2015 foram utilizadas na economia brasileira 3.219.507 hectômetros cúbicos de água. Desse total, 99,05% retornaram ao meio ambiente e às culturas produtivas, enquanto 0,95% foram consumidas pelos processos produtivos, pelos rebanhos e pelas famílias. 

De acordo com a Agência Nacional das Águas (ANA), a cada hectômetro cúbico utilizado na agricultura, 70,46% é incorporado aos alimentos produzidos e 29,54% retorna ao meio ambiente. Além disso, a maior parte da água utilizada no agronegócio provém das chuvas, já que apenas 10% do território é irrigado. 

4 – Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo: Verdade – Em estudo realizado pela (SIRE) Secretaria Inteligente e Relações Estratégicas, do ano 2000 até 2020, foi constatado que o Brasil é o segundo maior produtor e exportador de soja do mundo. Durante 19 anos de estudo, o país se manteve na segunda colocação, tendo assumido a liderança a partir do ano passado, alcançando 126 milhões de toneladas produzidas e 84 milhões exportadas. Atualmente, o Brasil é responsável por 50% da produção mundial de soja. 

5 – Cooperativismo faz parte do agronegócio: Verdade – O cooperativismo agropecuário tem importante participação na economia brasileira, sendo responsável por quase 50% do PIB agrícola, de acordo com o Ministério da Agricultura. Dados do último Censo Agropecuário, conduzido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que 48% de tudo o que é produzido no campo brasileiro passa, de alguma forma, por uma das 1.618 cooperativas em atividade no país, que reúnem mais de um milhão de associados e geram cerca de 198 mil empregos, conforme aponta a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). 

O cooperativismo é um movimento que une desenvolvimento econômico e social. O movimento em si surgiu no interior da Inglaterra, em 1844, quando um grupo de trabalhadores se uniu para montar seu próprio armazém diante da dificuldade de se manterem competitivos atuando isoladamente. Isso criou os princípios do cooperativismo.

6 – Uso de hormônios na produção de frango: Mito – Existem boatos de que as granjas utilizam hormônios para que as aves cresçam mais rapidamente. Por isso, é espalhado que a carne do frango é cheia de hormônios e anabolizantes, porém, Daniella Jorge Moura, professora da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp, desmitifica este tema. 

“O uso de hormônios em frangos é mito. A ave é abatida com 42 dias de vida e não dá tempo de o hormônio fazer efeito. Além disso, a aplicação de hormônios encareceria muito a produção de frangos, uma das carnes mais baratas dentre as nobres no mercado. O rápido crescimento da ave, que atinge cerca de 3 quilos em 42 dias, é fruto do intenso trabalho de cruzamento genético dos melhores animais, nutrição e questões de bem-estar animal”, explica a professora. 

Ela ainda complementa dizendo que este mito nasceu na época da corrida espacial, quando realizaram estudos sobre ganho de peso em aves através de hormônios, mas isso caiu por terra. “Existe também uma normativa que proíbe o uso de hormônios na produção de frangos – O uso de hormônios no frango é proibido pela Instrução Normativa do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento) nº 17, de 18 de junho de 2004”, finaliza Daniella.

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