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EconomiaAlexandre suspende julgamento no STF sobre desoneração da folha de pagamento

Alexandre suspende julgamento no STF sobre desoneração da folha de pagamento

Alexandre suspende julgamento no STF sobre desoneração da folha de pagamento

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta sexta-feira, 15, o julgamento da ação que trata da desoneração na folha de pagamento das empresas que mais empregam no País. A ação foi apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), que questiona a derrubada do veto de Jair Bolsonaro ao projeto que prorrogou a medida até o fim deste ano. Ainda não há data definida para que o caso seja analisado.

A desoneração está em vigor desde 2011 e beneficia os 17 setores que mais empregam no País ao reduzir os encargos cobrados sobre os salários dos funcionários. A política de benefício fiscal terminaria no fim de 2020, mas o Congresso decidiu prorrogar a medida até 31 de dezembro 2021 sob o argumento de que os efeitos da pandemia seriam agravados para setores beneficiados pela medida, como construção civil, tecnologia da informação, transporte coletivo urbano rodoviário e metroviário, comunicação e têxtil. Jair Bolsonaro, no entanto, vetou a medida, a pedido da equipe econômica, mas o Congresso derrubou o veto.

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, presidida pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), deve analisar um outro projeto de lei, que prorroga o benefício até 2026. Antes da decisão de Moraes de suspender o julgamento, Kicis disse ao Estadão que iria aguardar a decisão do Supremo sobre o caso para pautar a proposta no colegiado.

Moraes apresentou um pedido para que a pauta seja retirada do plenário virtual – plataforma em que os ministros depositam seus votos ao longo de uma semana, sem discussões mais aprofundadas – e retomada presencialmente em julgamento no Supremo. A suspensão da sessão foi determinada pouco tempo depois do início da votação nesta sexta.

Segundo interlocutores do presidente do Supremo, Luiz Fux, a quem cabe decidir a data para realização do julgamento, a tendência é que a discussão não seja retomada neste ano. Embora a presidência ainda não tenha se manifestado oficialmente, pessoas próximas afirmam que a pauta até o fim do ano já está definida e não comporta grandes mudanças sem que outras ações fiquem pendentes de decisão.

No entanto, a postergação do julgamento para o ano que vem fará com que a ação perca objeto, ou seja, não tenha mais sentido de ser analisada porque o prazo estabelecido pelo projeto (31 de dezembro de 2021) já terá expirado. Nesse caso, o pedido do governo nem sequer seria julgado.

Antes de Moraes levar o julgamento para o plenário do Supremo, os demais ministros aguardavam o voto do relator do caso, Ricardo Lewandowski, para definir como se posicionariam. O Estadão apurou que o magistrado tende a se manifestar pela manutenção da desoneração até o fim de 2021 por compreender que a proposta do Congresso não é inconstitucional e foi aprovada por ampla maioria.

Em contrapartida, uma ala do Supremo avalia que a manutenção da desoneração da folha de pagamento de setores estratégicos para a economia do País, sobretudo por sua capacidade de geração de emprego, afeta negativamente a arrecadação da União e tende a produzir efeitos negativos nas contas públicas. A análise é acompanhada pela ideia de que a corte não deve impor derrotas sucessivas ao governo, sob o risco de gerar desequilíbrio nos cofres e na relação institucional, ao passo em que assuntos como os precatórios seguem travados.

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