BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Receita Federal registrou uma arrecadação de R$ 171,3 bilhões em julho. Isso representa um recorde para o mês (já considerando números atualizados pela inflação).
O resultado significa um crescimento real considerando o efeito da inflação de 35,5% na comparação com julho do ano passado.
Em relação ao mesmo período de 2019, quando não houve impacto da pandemia, os dados de julho de 2021 registraram alta real de 11,5%. O balanço foi divulgado pelo Ministério da Economia nesta quarta-feira (25).
No acumulado de janeiro a julho, a arrecadação de impostos somou R$ 1,053 trilhão. Isso significa uma alta real de 26,1% na comparação com o mesmo período do ano passado, e também recorde na série histórica (iniciada em 1995, mas padronizada em 2000).
A arrecadação federal tem apresentado desempenho acima do esperado inicialmente pelo governo para 2021.
O resultado tem se acelerado ao longo do ano. Em janeiro, por exemplo, houve uma queda em comparação ao mesmo período do ano passado, foi de 1,5%, em termos reais.
No acumulado de janeiro a abril, foi registrado uma alta real de 13,6% em relação a 2020. Até julho, o aumento avançou e registrou o patamar de 26,1%.
O ministro Paulo Guedes (Economia) participou do início da entrevista virtual sobre os números, sem ficar para a sessão de perguntas, e disse que, com a reaceleração da economia brasileira, a arrecadação está apresentando fortes resultados.
“A arrecadação forte significa principalmente que o país está numa retomada econômica vigorosa”, disse.
Acompanhando o maior otimismo do mercado sobre a atividade no país e após a retração gerada pela pandemia em 2020, o ministro tem dito que o PIB (Produto Interno Bruto) deverá crescer entre 5% e 5,5% neste ano.
O ministro ressaltou que, de janeiro a julho, foram registrados cinco recordes mensais pela Receita Federal. Apenas em janeiro e junho o resultado da arrecadação. “O importe é que isso reforça nossa expectativa de uma boa defesa dos fundamentos fiscais”, afirmou.
Guedes destacou o desempenho do recolhimento de impostos de pessoas jurídicas no acumulado de janeiro a julho. Segundo ele, seria confortável para o governo desistir de propor uma reforma tributária que mexe justamente nos impostos que estão mais arrecadando, como IRPJ, PIS e Cofins.
“Estaríamos abrindo mão desse excesso de arrecadação que está vindo aí. […] Mas a hora de arriscar numa reforma tributária é exatamente essa”, declarou o ministro.
Ele voltou a dizer que possivelmente o Brasil registrará um superávit nas contas públicas no próximo ano.