Em sessão no Parlamento Europeu nesta segunda-feira, 7, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, minimizou preocupações relativas às divergências na taxa de inflação entre os países da zona do euro. Segundo ela, as disparidades resultam das diferenças no impacto da escalada dos preços de energia, além do ritmo de recuperação da crise provocada pelo coronavírus. A dirigente, no entanto, explicou que o BCE monitora a situação de perto.
Lagarde acrescentou que os preços de energia não devem continuar subindo no ritmo acelerado dos últimos meses, abrindo caminho para estabilização da inflação. Na visão dela, a transição para uma economia de baixo carbono demanda medidas mais ambiciosas.
A presidente do BCE também afirmou que a instituição não vê risco de “desancoragem para cima” das expectativas de inflação na zona do euro, no quadro atual. “Não vemos as expectativas desancorando para cima”, afirmou Lagarde, apontando que não há sinais de que a inflação estará acima da meta de modo significativo no médio prazo. Segundo ela, a inflação está caminhando para a meta de 2% do BCE, o que abrirá caminho para uma “normalização da política monetária”.
Ela ressaltou que o BCE segue comprometido a “usar os meios necessários” para garantir a estabilidade de preços e que tudo será comunicado adequadamente aos países membros. Em sua fala, a autoridade voltou a dizer que a inflação perderá fôlego ao longo deste ano, embora tenha apontado que deve superar a projeção inicial do banco central.
Em outro momento, Lagarde comentou que há “evidência mínima” de um eventual risco ao mecanismo de transmissão da política monetária, no contexto atual. Ainda para a autoridade, não há risco de aquecimento excessivo no mercado de trabalho da zona do euro. Lagarde afirmou que as mudanças na política do BCE exigirão avaliação detalhada do quadro e dos indicadores.