Economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane realizou discurso nesta segunda-feira, 11, na abertura de uma conferência da instituição, “Monetary Policy: bridging science and practice”. Em sua fala, um dos aspectos destacados foi a importância de se examinar as implicações das altas atuais nos preços de energia, levando em conta “todas as implicações macroeconômicas dos choques externos adversos e dos choques da oferta no setor de energia”, inclusive “o efeito negativo na riqueza associado com a deterioração nos termos de comércio”. O dirigente lembrou que, por meio desses mecanismos, “um choque no preço de energia pode ao mesmo tempo elevar o índice cheio de inflação, mas exercer pressão de baixa na trajetória da inflação subjacente”.
Lane saudou a oportunidade de que o BCE possa incorporar conclusões geradas na academia em sua política monetária. Ele também comentou a atual política monetária relaxada, com medidas para evitar que desvios negativos da meta da inflação se tornem arraigados. Por outro lado, lembrou que isso pode também implicar um “período transitório no qual a inflação está moderadamente acima da meta”, como agora.
O dirigente reforçou que, no quadro atual, o BCE não pretende reagir a “choques da inflação que devem perder fôlego antes do fim de nosso horizonte de projeções”. Ele notou ainda que a calibragem no volume das compras de ativos tem papel importante para garantir que a política monetária seja acomodatícia o suficiente, a fim de garantir que se alcance a meta de inflação em 2% no médio prazo.