O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, indicou a economista Lael Brainard, 59 anos, para o cargo de vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O posto é ocupado atualmente por Richard Clarida. A decisão, que ainda precisa ser chancelada pelo Senado, foi anunciada nesta segunda-feira por meio de um comunicado da Casa Branca. Brainard é atualmente diretora da instituição.
As especulações sobre o futuro comando do Fed cresceram nos últimos dias após a imprensa americana informar que Biden fez entrevistas separadas na Casa Branca com Powell e com Brainard, que também era cogitada para substituir o atual líder da autoridade monetária.
“O presidente Biden tem total confiança na experiência, julgamento e integridade de Powell e Brainard para continuar cumprindo essas obrigações e para ajudar a reconstruir nossa economia para as famílias trabalhadoras”, diz a nota da Casa Branca, ao ressaltar o papel da autoridade monetária na retomada da economia do país após a crise gerada pela pandemia de covid-19.
A economista foi nomeada diretora do Fed em junho de 2014 pelo ex-presidente dos EUA Barack Obama. A dirigente fez carreira em governos democratas e é mais alinhada à agenda econômica do atual presidente, Joe Biden.
Antes de entrar no Fed, ela atuou como assessora econômica ajunta do ex-presidente Bill Clinton. De 1990 a 1996, foi professora associada de economia aplicada na Sloan School of Management do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Brainard obteve em 1989 um PhD em economia pela Universidade de Harvard.
Nos últimos meses, Brainard emergiu como principal representante das ambições da ala progressista do Partido Democrata, que vê nela posições mais severas que as de Powell em relação a temas como regulação financeira e clima.
Em março deste ano, por exemplo, a economista alertou para o risco de que as mudanças climáticas levem a “perdas significativas” nos mercados financeiros, caso não haja uma preparação adequada.
“Gerenciamento de risco robusto, análise de cenário, divulgações consistentes e comparáveis, e planos futuros podem ajudar a garantir que o sistema financeiro seja resiliente aos riscos relacionados ao clima”, afirmou na ocasião, durante um evento virtual.