O Bradesco encerrou o segundo trimestre de 2022 com lucro líquido recorrente de R$ 7,041 bilhões, um aumento 11,4% em relação ao mesmo período do ano passado, graças ao aumento das margens com clientes, das receitas com serviços e, principalmente, dos resultados da Bradesco Seguros. Em três meses, o resultado do banco subiu 3,2%, de acordo com balanço publicado nesta quinta-feira.
Em base anual, o banco viu sua margem financeira subir 4%, para R$ 16,361 bilhões. O indicador mede os ganhos da instituição com operações que rendem juros. O crescimento veio da margem com clientes, que teve salto de 25,8%, para R$ 16,947 bilhões.
Além do crescimento da carteira de crédito, o Bradesco atribui o avanço ao maior spread (diferença entre custo de captação e juros cobrados dos clientes). A chamada taxa média cresceu 1,1 ponto porcentual em um ano, para 10%.
Por outro lado, a tesouraria do Bradesco, cujo resultado está na chamada margem com mercado, teve perda de R$ 587 milhões no segundo trimestre, ante ganho de R$ 2,267 bilhões no mesmo intervalo de 2021. Segundo o banco, o aumento do CDI impactou as estratégias de gestão de ativos e passivos, embora o capital de giro próprio tenha gerado maior resultado.
A Bradesco Seguros, por outro lado, teve forte recuperação após o impacto da pandemia da covid-19 no segundo trimestre do ano passado. As operações de seguros do banco tiveram lucro líquido recorrente 175,6% maior, de R$ 1,806 bilhão no segundo trimestre de 2022.
De acordo com o presidente do banco, Octavio de Lazari Jr, o resultado do trimestre reflete a solidez do Bradesco. “A diversificação de nossas fontes de resultados e capacidade de administrar riscos nos permitiu operar com segurança, com foco em nossa estratégia e mantendo nossa capacidade de entregar bons resultados”, disse ele, em nota enviada à imprensa.
O Bradesco encerrou o trimestre com carteira de crédito de R$ 855,381 bilhões, um aumento de 17,7% em relação ao segundo trimestre do ano passado, e alta de 2,5% em três meses. As maiores contribuições vieram das pessoas físicas, com alta de 19,6%, embora a carteira para empresas tenha crescido robustos 16,6%.
Segundo Lazari, a demanda por crédito por clientes pessoas jurídicas têm sido concentrada em linhas de curto prazo, como a de capital de giro, e tem crescido no segmento de pequenas e médias empresas. “Na pessoa física, a originação no crédito imobiliário foi menor, devido ao novo patamar de Selic, mas ainda crescemos 17,2% nos últimos 12 meses”, afirmou.
O executivo ressaltou ainda que o Bradesco manteve controle de despesas mesmo investindo em novos negócios, como as frentes digitais. “O crescimento de gastos no semestre ficou abaixo da inflação”, disse ele, que adicionou que o Bradesco continuará disciplinado nos custos e investindo em sua evolução digital.
“Não desviaremos de nossa estratégia, mesmo com um cenário ainda provavelmente difícil no segundo semestre”, pontuou o presidente do banco. “Nosso foco é servir os clientes e oferecer-lhes uma experiência cada vez melhor.”
Ativos e rentabilidade
No final do segundo trimestre deste ano, os ativos do conglomerado somavam R$ 1,757 trilhão, um aumento de 5,1% em base anual, e de 1,9% em termos trimestrais.
O patrimônio líquido do Bradesco foi de R$ 152,704 bilhões, variação positiva de 4,2% em 12 meses, e de 1,1% em três. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco fechou o segundo trimestre deste ano em 18,1%, avanço de 0,5 ponto porcentual em um ano, e de 0,1 p.p. em três meses.