O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que reconheceu que a autonomia atual do órgão, apenas operacional, cria dificuldades na administração da autarquia. “Hoje vivemos a realidade de ter autonomia operacional, sem autonomia administrativa e financeira e vemos a dificuldade de conduzir o BC sem essa autonomia mais ampla”, disse, em participação na Sessão Solene do Congresso Nacional em homenagem aos 105 anos do nascimento do seu avô, Roberto Campos, o presidente do BC.
Campos Neto já havia reconhecido essa dificuldade durante o evento no mês passado. Os servidores do órgão estão mobilizados por reajuste salarial de 27% e reestruturação de carreira, mas a autarquia depende de decisão do governo para negociações com a categoria.
O movimento impacta serviços e publicações do BC. Muitas divulgações regulares ainda estão atrasadas, apesar da suspensão da greve até o dia 2 de maio.
Na sessão solene, Campos Neto lembrou que seu avô foi um dos responsáveis pela criação do BC e grande defensor da autonomia do órgão. “A lei que criou o BC garantiu autonomia operacional, financeira e administrativa. Infelizmente, essa autonomia que é moderna até para padrões de hoje durou apenas até 1967”, disse.
O presidente do BC ainda destacou que seu avô ficaria contente ao ver a aprovação recente da reforma da Previdência, da autonomia do BC e do novo marco cambial.
Campos Neto ainda citou a agenda BC#. Segundo ele, o avô sempre o instruiu a estudar tecnologia como um instrumento de inclusão e democratização.