O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou 1,6 ponto na passagem do quarto trimestre de 2021 para o primeiro trimestre de 2022, do patamar de 80,6 pontos para 79,0 pontos, permanecendo assim na zona desfavorável (abaixo de 100 pontos), apontou o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
“Na comparação das previsões de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano feitas em janeiro com as de outubro do ano passado, houve melhora somente na Colômbia, Bolívia e Uruguai. O Brasil se destaca entre os países com as piores projeções de crescimento do PIB. A piora nas condições macroeconômicas internas e no ambiente político foram alguns dos principais fatores citados para as previsões mais fracas neste trimestre”, justificou a FGV, em nota.
O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 5,7 pontos, ao passar de 58,0 pontos no quarto trimestre de 2021 para 52,3 pontos no primeiro trimestre de 2022. A FGV lembra que o ISA está na zona desfavorável desde o segundo trimestre de 2012, “uma situação condizente com o lento crescimento da região após o ciclo de alta dos preços das commodities”. O Índice de Expectativas subiu 3,5 pontos no primeiro trimestre deste ano, para 108,6 pontos.
O Clima Econômico no Brasil caiu 2,8 pontos na passagem do quarto trimestre de 2021 para o primeiro trimestre de 2022, para o patamar de 60,6 pontos. O Indicador de Situação Atual do País teve um tombo de 39,1 pontos, para apenas 15,4 pontos, enquanto o Indicador de Expectativas saltou 42,7 pontos, para 115,4 pontos.
A FGV ressalta que apenas dois países registraram melhora no ICE entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022: a Argentina, com aumento de 29,8 pontos, para o patamar de 67,0 pontos, e o Uruguai, com elevação de 15,7 pontos, para 135,4 pontos.
“A alta do ICE argentino foi motivada por avanços tanto do ISA quanto do IE deste país. No Uruguai, houve piora nas expectativas e melhora na avaliação atual. Apesar do avanço no trimestre, o ICE da Argentina continua na zona desfavorável”, apontou a nota da FGV.