Com a saída de André Pepitone, a diretora substituta Camila Bomfim ficará no comando da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A previsão é que ela assuma o cargo ainda nesta semana e permaneça até agosto deste ano, quando o diretor Sandoval Feitosa, cuja indicação já foi aprovada pelo Senado, tomará posse.
A mudança na diretoria acontece em meio a questionamentos no Congresso Nacional sobre os altos reajustes nas tarifas e debate sobre uso de créditos tributários para reduzir as contas de luz.
Servidora da agência, Camila será a primeira mulher a ter um mandado, mesmo que interino, para chefiar o colegiado do órgão regulador do setor elétrico.
Bacharel em Ciência Econômicas e mestre em Regulação pela Universidade de Brasília (UnB), a diretora substituta integrou o time da Eletronorte e, desde 2005, está no quadro efetivo da Aneel como especialista em regulação de serviços públicos de energia elétrica, tendo atuado na Superintendência de Gestão Tarifária e na Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira.
Pepitone estava no comando da agência reguladora desde 2018. A princípio, seu mandato como diretor-geral terminaria apenas em agosto, mas ele deixa a Aneel para assumir como novo diretor financeiro executivo da Itaipu Binacional.
A nomeação para o cargo foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira, 17. Em seu discurso de despedida, Pepitone falou sobre as crises que o setor enfrentou durante seu mandato e afirmou que a agência é, muitas vezes, vista como culpada por aumentos nas tarifas, mas que apenas é responsável por fazer os cálculos.
Para seu lugar, foi indicado o diretor Sandoval Feitosa. Apesar de ter sido sabatinado e aprovado pelo Senado Federal em abril deste ano, Feitosa só poderá assumir a presidência do colegiado em agosto deste ano.
A diretoria Elisa Bastos também deixa a diretoria da agência reguladora, apesar de seu mandato só terminar em dezembro deste ano, para assumir vaga na diretoria do Operador Nacional do Sistema Elétrica (ONS). Assume em seu lugar, o diretor substituto Giácomo Bassi, que tem graduação em engenharia elétrica pela UnB, pós-graduação em estratégia empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e mestrado em Engenharia Elétrica pela UnB. Conforme a Lei das Agências Reguladoras, substitutos podem permanecer no cargo por até 180 dias.
O Senado também já aprovou a indicação efetiva da presidência da República para a vaga de Elisa Bastos. Em dezembro, a atual chefe da assessoria especial em assuntos regulatórios do Ministério de Minas e Energia (MME), Agnes da Costa, assume o cargo.