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EconomiaCombustíveis têm reajuste pela quinta semana consecutiva

Combustíveis têm reajuste pela quinta semana consecutiva

Aumento dos preços também reflete no etanol. Câmbio continua instável até o final do ano, prevê especialista

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Um novo reajuste no preço dos combustíveis foi realizado pela Petrobrás pela quinta semana consecutiva. De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o litro da gasolina passou da média de R$ 6,562, há duas semanas, para R$ 6,710 na última semana, acumulando um aumento de 49,6% no ano. Os reajustes visam manter os preços competitivos, em equilíbrio com o mercado, e evitar o desabastecimento. Especialistas do setor sucroalcooleiro mencionam espaço para reajuste também em dezembro.  

Em alta pela quinta semana consecutiva, o preço médio do litro da gasolina passa a valer R$ 6,710
Em alta pela quinta semana consecutiva, o preço médio do litro da gasolina passa a valer R$ 6,710

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Segundo o diretor de Varejo da Copercana(Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), a qual também opera com distribuição de combustíveis, Márcio Meloni, a expectativa do setor sucroalcooleiro para o reajuste do preço dos combustíveis era de cerca de 20 a 30 centavos por litro, para este mês de novembro. “O aumento acontece porque não tem como segurar o preço com a alta demanda”, diz. 

O reajuste também afeta o etanol, que acompanha o preço da gasolina na bomba. O diretor da Bioagência, Tarcilo Rodrigues, explica que, como o consumidor do etanol e da gasolina é o mesmo, é impossível deixar de atrelar um ao outro. Assim, se o preço da gasolina sobe, a tendência é que os consumidores optem pelo etanol. Entretanto, a produção do etanol é limitada e, para manter o controle do estoque, há a necessidade de reajuste também para o biocombustível. 

“Quando a safra da cana-de-açúcar acaba, a gente tem uma produção de etanol em estoque suficiente para atender o mercado até o início da próxima safra, em abril”, conta Tarcilo. Porém, de acordo com a União Nacional de Bioenergia (UDOP), mais de cem usinas do centro-sul encerraram sua produção até outubro, com cerca de um mês de antecedência. 

Segundo dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), a previsão inicial da safra para esse ano caiu de 605 milhões de toneladas para 520 milhões de toneladas de cana-de-açucar, em queda principalmente no estado de São Paulo. A diminuição da produção e o encerramento precoce da atividade das usinas são consequências dos períodos de geada e de seca intensas. “Nunca vimos um ano tão ruim para produtividade agrícola no setor da cana igual ao de 2021”, relata Márcio. 

Soma-se a isso a demanda internacional pelo etanol brasileiro, de alta competitividade no mercado mudial. Com a produção atual do país, não é possível suprir a demanda, o que faz com que o preço do produto também suba. 

Além disso, outro fator que pressiona um novo reajuste, provavelmente em dezembro, é o câmbio. Isso porque o preço do petróleo é definido no mercado internacional, portanto, em dólar. “Em dezembro, ainda há possibilidade de novos aumentos”, prevê Tarcilo. 

Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor sucroalcooleiro em 2021, as expectativas para os próximos anos são positivas. Para os especialistas do setor, a produção perdida nesse ano será recuperada nos anos seguintes. 

Tarcilo Rodrigues lembra que a produção de álcool gel também colabora com o cenário, apesar de não ser um fator decisivo. Segundo ele, houve um aumento de mais de 30% na demanda do produto durante a pandemia. “O hábito de utilizar álcool em gel se mostrou muito positivo e tende a fazer parte do cotidiano nos próximos anos. O meu recado para o produtor rural é que ele se planeje e atente-se cada vez maisaos custos”, diz.

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