Os comerciantes brasileiros ficaram menos otimistas em novembro, pelo terceiro mês consecutivo, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 1,3% em relação a outubro, para 119 pontos, ainda na zona de satisfação (acima dos 100 pontos). Na comparação com novembro de 2020, houve um avanço de 10,2%.
A confiança empresarial tem sido afetada nos últimos meses pela conjuntura econômica desfavorável, apesar do avanço da imunização da população contra a covid-19 e do aumento de circulação de pessoas nas ruas, o que favorece o setor, avaliou a CNC. A entidade ressalta, porém, que o resultado recente não anulou a melhora da confiança ao longo do ano, com uma alta acumulada de cerca de 9,7% em 2021.
O componente que avalia as condições atuais do empresário do comércio encolheu 4,1% em novembro ante outubro, para 96,4 pontos. O componente de expectativas teve retração de 0,7%, para 152,7 pontos. Já o componente de intenções de investimentos registrou crescimento de 0,5%, para 108,0 pontos.
Apesar da proximidade de datas comemorativas importantes para o varejo, como Natal e Black Friday, o cenário para as vendas tem sido atrapalhado pela inflação resiliente, valorização do dólar, aumento dos juros e elevação de custos de combustíveis e energia elétrica, enumerou o economista Antonio Everton, responsável pela pesquisa da CNC.
Ele também cita como motivadores da redução da confiança dos empresários o encerramento do auxílio emergencial, o endividamento das famílias e a taxa de desemprego ainda elevada.
“Na prática, compõem um conjunto de elementos que se tangenciam na contramão da virtuosidade, tornando a fase de recuperação mais complexa. O contexto ajuda a explicar, então, por que há maior circulação de pessoas, e a movimentação parece não impactar o crescimento das vendas e do otimismo”, justificou Everton, em nota oficial.