A soma de ativos da Petrobras vendidos nos últimos sete anos atingiu a marca de R$ 280,4 bilhões até julho. Desde o início de 2015, com a implementação do programa de desinvestimento, foram negociados 67 ativos da estatal, sendo a maioria (40%) do setor de Exploração e Produção de petróleo (E&P), informa o Privatômetro do Observatório Social do Petróleo (OSP).
A maior parte das vendas foi concretizada no governo Bolsonaro, contabilizando R$ 175 bilhões, representando 62,4% do valor total.
O Privatômetro mostra ainda uma queda acentuada nos investimentos em energias renováveis. Desde o início do programa de desinvestimento, a Petrobras já vendeu R$ 2,6 bilhões nesse setor, quase 1% do total privatizado.
‘A Petrobras não só vem reduzindo investimentos para a tão necessária transição energética como está privatizando ativos de usinas eólicas, biocombustíveis e energias renováveis. Uma estratégia que, infelizmente, vai na contramão do restante do planeta’, afirma Tiago Silveira, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).
Os dados do OSP se baseiam no relatório de desempenho financeiro do segundo trimestre deste ano, divulgado quinta-feira, 28, pela Petrobras. Os valores em reais apresentados já estão deflacionados, considerando o câmbio e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para junho de 2022, informa o OSP.
No comparativo com o balanço anterior, a venda de ativos neste segundo trimestre do ano registrou um crescimento de 6,5%, uma diferença de R$ 17,2 bilhões. Entre abril e junho, a gestão da Petrobras vendeu o campo de Albacora Leste, na bacia de Campos, por R$ 11,4 bilhões; os polos Golfinho e Camarupim, na bacia do Espírito Santo, por R$ 391 milhões; e a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, por R$ 177 milhões.
Na distribuição porcentual por país, de acordo com o Privatômetro, 96,7% dos ativos vendidos neste último trimestre foram adquiridos por empresas brasileiras e 3,2% ficaram com o Reino Unido.
No levantamento geral, o Brasil é o principal comprador de ativos da Petrobras, respondendo por 22% das negociações, seguido pelo Canadá, com 21,6%.