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EconomiaEm um mês, custo de térmica mais cara do país sobe 40%

Em um mês, custo de térmica mais cara do país sobe 40%

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Inaugurada no fim de julho como reforço para ajudar a poupar água nos reservatórios das hidrelétricas, a termelétrica William Arjona já teve o custo de geração elevado em 40%. Esta semana, o MWh (megawatt-hora) gerado pela usina vai custar ao consumidor R$ 2.443.

Quando foi inaugurada, em cerimônia com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a William Arjona já era a geradora de energia mais cara do país. Alegando repasse de altas no preço do gás natural, a usina já teve dois reajustes em um mês de funcionamento.

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A térmica é uma das chamadas merchant, usinas que estavam sem contrato de venda de energia, convocadas pelo governo para reforçar a capacidade brasileira de geração em meio à maior crise hídrica dos últimos 91 anos.

É localizada no Mato Grosso do Sul e operada pela Delta Energia. Segundo a empresa, o contrato de fornecimento de gás com a Petrobras é intermitente e com reajustes realizados sem prazo definido, seguindo de perto a variação do preço do combustível no mercado internacional.

O custo de geração da William Arjona é 57% superior ao da segunda térmica mais cara do país, a Termoceará, cujo MWh está custando R$ 1.551. Essa usina, porém, está operando com óleo diesel. Quando usava gás, custava R$ 431 por MWh.

A busca de fontes de geração adicionais coloca ainda mais pressão sobre a conta de luz, que já vem sendo impactada pelo uso intensivo de térmicas desde o fim de 2020, quando a situação começou a se agravar.

Nesta terça (31), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a criação de uma nova bandeira tarifária para fazer frente ao aumento dos custos decorrente do agravamento da crise hídrica. Chamada de “Escassez Hídrica”, a nova bandeira custará R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatt-hora).

Atualmente, as térmicas representam cerca de 30% da geração de energia no país, o dobro da fatia registrada em agosto de 2020, por exemplo. E a tendência é que o patamar permaneça elevado, já que a previsão é que o nível de chuvas siga abaixo da média.

Em reunião na segunda (30), o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) aprovou a operação de três novas térmicas, como reforço à capacidade de geração para evitar apagões em horários de maior demanda enquanto as chuvas não chegam para reforçar os reservatórios das hidrelétricas.

A lista inclui as usinas Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, e Cuiabá, no Mato Grosso, que poderão ser acionadas entre outubro e março de 2022. Já a usina Termonorte 1 poderá ser acionada por um período de seis meses a partir de setembro de 2021.

Com maior geração térmica, o Brasil vem ampliando as importações de gás natural. De acordo com dados do MME (Ministério de Minas e Energia), foram, em média 38,79 milhões de metros cúbicos por dia no primeiro semestre, o maior valor desde 2015.

Para a S&P Platts, especializada em preços de commodities, a crise hídrica na América do Sul levará a recordes de importação de gás natural liquefeito em 2021, com efeitos sobre os preços do combustível na Bacia do Atlântico, que sofre com cortes de produção tanto na Argentina quando no Caribe.

No Brasil, há ainda a parada para manutenção de importante polo produtor na Bacia de Santos, o que levou o governo a pedir a autorização para uso de óleo diesel, mais caro e poluente, como combustível em algumas usinas do país.

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