Depois de elevar a taxa básica de juro (Selic) em mais 0,50 ponto porcentual na noite desta quarta-feira, 3, para 13,75% ao ano, o Banco Central mudou seu forward guidance, deixando em aberto a decisão de política monetária a ser tomada pelo Copom em setembro, segundo a economista-chefe do Brasil da Galápagos Capital, Tatiana Pinheiro.
Para ela, não há muito a se discutir sobre a decisão de hoje, porque veio dentro do esperado pelo mercado e em linha com o que a própria autoridade monetária havia sinalizado na reunião anterior.
“O que se esperava era o que viria no comunicado. Ele deixou em aberto a decisão de setembro, contrariamente ao que vinha fazendo nas reuniões anteriores, quando deixava claro o próximo passo”, disse a economista.
Ainda de acordo com Tatiana, o BC demonstrou que pode parar de aumentar a taxa de juro quando disse, por meio do comunicado, que o Copom vai avaliar um eventual ajuste residual da Selic.
“A ata vai trazer mais detalhes, mas o que está escrito no comunicado é que setembro está aberto e com viés para parar o ciclo porque ele incorporou a questão de um menor crescimento da economia mundial compensando os efeitos das medidas de estímulos”, avaliou Tatiana.
Para a chefe do Departamento Econômico da Galápagos, a Selic deverá ser mantida em 13,75% até o segundo semestre do ano que vem e passar a cair a partir daí para fechar 2023 em 12% ao ano.