Com forte alta na arrecadação de tributos, as contas do governo central (que reúne Tesouro, Banco Central e INSS) registraram em janeiro o maior superávit para o mês desde o início da série histórica, em 1998. A diferença entre receitas e despesas ficou positiva em R$ 76,5 bilhões – ante R$ 43,5 bilhões há um ano.
No acumulado de 12 meses, o resultado ainda é negativo em R$ 9,7 bilhões, equivalente a 0,02% do PIB. A meta fiscal de 2022 admite um déficit primário de até R$ 170,5 bilhões, mas o governo espera um rombo inferior a R$ 100 bilhões.
Em janeiro, as receitas tiveram alta real de 17,8% em relação ao mesmo mês de 2021. Já as despesas subiram 2,2%, descontada a inflação, principalmente por conta do pagamento de benefícios do Auxílio Brasil em janeiro de R$ 7,2 bilhões, ante R$ 3 bilhões do antigo Bolsa Família no mesmo mês do ano passado.
As contas do Tesouro registraram superávit de R$ 92,54 bilhões. Já o resultado do INSS foi um déficit de R$ 16,01 bilhões, enquanto as contas do BC tiveram déficit de R$ 64 milhões.
Ucrânia
O secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse que o Brasil está “bem posicionado” para enfrentar possíveis impactos nos mercados com o conflito na Ucrânia. Segundo ele, o País tem apenas 5% da dívida externa em dólares, participação de estrangeiros na dívida interna de pouco mais de 10%, 100% da necessidade de financiamento de 2022 em caixa e US$350 bilhões em reservas internacionais. “O Tesouro está com um caixa confortável, monitoramos o mercado e podemos tomar medidas quando necessário.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.