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EconomiaHá gargalo de operadores que possam tocar as concessões, diz presidente do BNDES

Há gargalo de operadores que possam tocar as concessões, diz presidente do BNDES

Há gargalo de operadores que possam tocar as concessões, diz presidente do BNDES

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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, disse nesta quarta-feira, 2, que o principal gargalo do processo de concessões tem sido a falta de empresas operadoras e capazes de executar a construção e integração dos ativos.

“O gargalo para o Brasil deixou de ser o pipeline de projetos. Disponibilidade de recursos não é mais um problema. Vemos disponibilidade suficiente para aportar recursos nos projetos. O gargalo são operadores capazes de tocar pipeline de leilões, a preparação, construção e integração desses ativos”, disse Montezano.

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O presidente do BNDES participa de evento organizado pelo Credit Suisse. Em sua fala, Montezano disse que a falta de agentes operadores seria fruto de um passado que baseou as concessões de infraestrutura em empresas de construção com “laços próximos ao governo”.

Ele citou como exemplo a previsão de leiloar 12 mil a 14 mil quilômetros de rodovias com participação do BNDES. Segundo Montezano, isso significa quase dobrar o volume de rodovias concessionadas no País, atualmente em cerca de 20 mil quilômetros. Montezano citou ainda leilões de saneamento e portos.

Pandemia

Montezano disse que, no início da pandemia, o BNDES foi pressionado para repetir o modelo de atuação de crises anteriores, com o resgate de grandes empresas. Ele afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria orientado o banco a focar no apoio para pequenas e microempresas. “Ministro disse que na crise, quem precisa do governo, são os pequenos”, afirmou.

Carteira de ações

Gustavo Montezano também disse que o BNDES vai desinvestir “o máximo possível” de sua carteira de ações até o fim do ano, mas reconheceu que as eleições podem atrapalhar os planos de redução da carteira de renda variável do banco.

“Temos a agenda de continuar fazendo desinvestimentos para frente. Naturalmente, 2022 é um ano eleitoral e a agenda política torna mais nebulosa as janelas de mercado”, disse Montezano, ao participar de evento virtual do Credit Suisse, defendendo o desinvestimento para reciclagem do capital do banco.

Segundo ele, as vendas de participações serão feitas “sem afundar o mercado”, deixando o mercado “comprar as posições na cadência adequada”. “Se chegarmos ao final do ano e ainda sobrar alguma carteira, um lastro residual, espero que a próxima gestão continue a agenda para bem do banco”, disse ele.

Montezano lembrou que o banco realizou desinvestimentos de cerca de R$ 80 bilhões da carteira de ações nos últimos anos. Ele voltou a repetir que não é papel do banco público especular com papéis. “Se ficarmos gerenciando as ações, sobem 10%, caem 10%, não mudamos nada na vida do brasileiro”, acrescentou.

Permanência

O presidente do BNDES afirmou, ainda, que pretende permanecer à frente da instituição até o fim deste ano. O comentário foi feito em um momento de especulação entre funcionários sobre sua saída. “Pretendo ficar no banco até o final do ano. É minha agenda própria, pessoal, de compromisso com o governo”, disse Montezano, ao comentar a “carta do presidente” divulgada na noite de segunda-feira (31).

Com a perspectiva de o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, deixar o cargo para disputar a eleição para o governo de São Paulo neste ano, circula entre funcionários do

a especulação de que o presidente da instituição de fomento poderia assumir o ministério.

Quatro fontes disseram ao Estadão/Broadcast, sob condição do anonimato, que a especulação circula entre os empregados. As mensagens vêm sendo trocadas pelo menos desde a segunda metade de janeiro.

O cenário especulado inclui ainda a ascensão de Solange Vieira, recém-empossada como diretora de Crédito à Infraestrutura, à presidência do banco. Funcionária de carreira do BNDES, chefe de gabinete na gestão da ex-presidente Maria Silvia Bastos Marques, entre 2016 e 2017, Solange Vieira era diretora-superintendente da Susep desde 2019 e foi indicada à diretoria do banco no fim do ano passado.

O prazo para que ministros e demais autoridades públicas deixem seus cargos para disputar as eleições de outubro termina em abril. Logo no início do ano, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que espera a saída de até 12 ministros para disputar as eleições, incluindo Freitas. Segundo o presidente, o governo já começou a pensar em nomes para substituí-los, “alguns já estão mais do que certos” e “a maioria será por escolha interna, até porque seria um mandato tampão, até o fim do ano”.

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