O IRB Brasil Re encerrou o primeiro trimestre de 2022 com lucro líquido de R$ 80,5 milhões, resultado 58% melhor que o registrado no mesmo período do ano passado. No quarto trimestre, o IRB havia informado prejuízo líquido de R$ 370,9 milhões.
Entre janeiro e março, a resseguradora foi impactada por maiores sinistros nos ramos rural e de vida, mas também viu os prêmios nos dois segmentos darem saltos em termos anuais, se considerada a operação brasileira. O primeiro trimestre é importante na renovação de contratos dos clientes.
Segundo o IRB, essa renovação atingiu 86% neste ano, e foram fechados 87 novos negócios, que seguem a estratégia de subscrever riscos que tragam “crescimento e rentabilidade”.
No primeiro trimestre deste ano, o IRB emitiu R$ 2,005 bilhões em prêmios, número 3,9% maior que o do mesmo período de 2021. Os prêmios emitidos no Brasil subiram 18,8%, para R$ 1,240 bilhão, enquanto a emissão no exterior caiu 13,7%, para R$ 764,6 milhões.
Desde o começo de sua reestruturação, em 2020, a resseguradora tem mudado progressivamente o foco para as apólices locais, diante da percepção de que tem maior competitividade no Brasil. Entre março de 2021 e o mesmo mês deste ano, a exposição da carteira do IRB ao mercado local saiu de 54% para 62%, informou a empresa.
No Brasil, os prêmios emitidos no seguro rural subiram 54,5% em base anual. No seguro de vida, houve aumento de 30,8%, e no patrimonial, de 23,4%.
Retrocessão e sinistralidade
O IRB informa ainda que os prêmios retidos caíram 8,9% em um ano, para R$ 1,398 bilhão, em função da retrocessão (transferência de resseguros a outros agentes). Sem a transferência de carteiras em perda, o prêmio retido teria crescido 5,4% em um ano.
Nos três meses encerrados em março, a sinistralidade do IRB foi de 81%, alta de 8,9 pontos porcentuais em um ano, puxada pelos segmentos rural e de vida, este impactado pela covid-19. No rural, as perdas com a seca na Região Sul, que haviam pesado nas seguradoras, também se refletiram sobre a resseguradora.
A empresa afirma que os sinistros relacionados a covid-19 subiram mais de 160% em um ano, para R$ 64 milhões, mas que espera que o arrefecimento da pandemia no País reduza este efeito nos próximos trimestres.