Membro do Conselho do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Christopher Waller entende ser apropriado que o BC suba o juro nos Estados Unidos à faixa entre 1,00% e 1,25% ao ano até a metade deste ano, uma vez que a inflação nos EUA está “consideravelmente” acima da meta de 2% ao ano e o mercado de trabalho, aquecido.
Em discurso durante evento da Universidade da Califórnia na noite da quinta-feira, 24, o dirigente afirmou que esta alta de um ponto porcentual poderia vir de “algumas formas”, como aumento de 25 pontos-base do juro em todas as próximas quatro reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Mas se o índice de preços de gastos com consumo de janeiro – a ser divulgado a partir das 10h30 (de Brasília) – e as leituras de fevereiro do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e do relatório de empregos (payroll) indicarem uma economia “excessivamente aquecida, um forte argumento pode ser feito para uma alta de 50 pontos-base em março”, disse.
“Nesse estado do mundo, adotar uma alta de 50 pontos ajudaria a transmitir a determinação do Comitê em lidar com a inflação alta, sobre a qual não deve haver dúvidas”, afirmou Waller, ressaltando que é possível que riscos atrelados à guerra entre Rússia e Ucrânia obriguem uma postura monetária mais cautelosa. “Mas isso ainda está por ver”, completou.
Quanto à redução do balanço de ativos do Fed, Waller defendeu que o processo seja iniciado o mais tardar na reunião de julho do Fomc e que ele ocorra mais rapidamente do que na última vez em que foi realizado, entre 2017 e 2018, uma vez que o BC americano e os mercados já têm noção de como a redução funciona.
Quanto ao tamanho da redução mensal doa ativos, Waller disse que elas devem ser maiores que em 2017 e 2018, uma vez que o balanço do Fed também está maior, com cerca de US$ 9 trilhões em ativos.