A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia avaliou que o crescimento de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, após retração de 3,9% em 2020, mostra que a economia brasileira recuperou o nível da atividade anterior à pandemia e confirma a “recuperação em V” da atividade.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira que a economia registrou alta de 0,5% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB apresentou alta de 1,6% no último trimestre do ano passado.
A SPE destacou ainda que o desempenho da economia brasileira acumulado no biênio 2020-2021 foi superior ao de todos os países do G7, com exceção dos Estados Unidos. “Em relação ao G20, a variação dos últimos dois anos do PIB brasileiro ficou acima da maior parte dos países e foi superior à mediana deste grupo. Mesma relação pode ser observada quando se compara o Brasil aos seus pares na América Latina. Ademais, observa-se que o crescimento da atividade no último biênio supera a variação dos principais países europeus”, elencou a equipe no documento.
A equipe econômica apontou ainda que o efeito carregamento estatístico para 2022 é de 0,3% e reafirmou que mantém uma expectativa de crescimento para este ano superior às projeções do mercado. A SPE cita o bom desempenho do mercado de trabalho e as perspectivas de investimentos privados, como a carteira já contratada do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
“A normalização dos choques negativos de oferta, que poderá ocorrer com o arrefecimento da pandemia, o restabelecimento das cadeias produtivas globais, a redução do risco hidrológico, com impactos positivos sobre o mercado de energia, o avanço do mercado de trabalho e a ampliação dos investimentos privados fundamentam uma estimativa de crescimento econômico em 2022 superior ao projetado atualmente pelo mercado”, argumenta a SPE.
No entanto, o documento avalia que se deve monitorar a evolução do cenário internacional em virtude do conflito no Leste Europeu e manter a agenda de reformas. “Com o cenário internacional adverso, cabe ao Brasil, além dos posicionamentos diplomáticos e humanitários, mostrar que é um porto seguro para os investimentos privados”, completa o ministério.