Em evento virtual sobre os dois países, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, salientou que o relacionamento entre Brasil e China expandiu-se aceleradamente ao longo dos últimos 20 anos. O movimento, de acordo com ele, acompanhou o crescimento chinês e o aprofundamento da complementaridade econômica entre as nações. “A cooperação bilateral constitui importante instrumento para ampliar os benefícios que conseguimos com o intercâmbio comercial”, destacou.
Um dos principais interlocutores do governo com o país asiático, depois de várias rusgas, Mourão falou em “pragmatismo e flexibilidade” nas relações com o parceiro comercial. “Procuramos conquistar mais acesso a capitais, tecnologias e mercados que contribuam para a concepção de nossos objetivos nacionais e desenvolvimento sustentável”, citou durante a cerimônia do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) para divulgar o relatório “Sustentabilidade e Tecnologia como Bases para a Cooperação Brasil-China”.
O documento conta com sugestões sobre os pontos que deveriam ser abordados pelos dois países durante a 6ª edição da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), prevista para ser realizada no Brasil no início do próximo ano.
Mourão é o presidente da Cosban pelo Brasil e o vice-presidente Wang Qishan, pela China. “A presidência brasileira da Cosban confere prioridade à diversificação das exportações brasileiras, a atração de investimentos para setores estratégicos e a ampliação da cooperação em inovação, ciência e tecnologia”, disse. Os resultados comerciais entre os dois países, continuou o vice-presidente, são expressivos.
Ele citou que, no ano passado, as exportações brasileiras ultrapassaram os US$ 67,7 bilhões, o maior valor de vendas do Brasil para uma única nação em toda a série histórica da balança comercial. Acrescentou que, ainda que os embarques brasileiros para a China continuem concentrados em soja, minério de ferro e petróleo, foi observado que a proteína animal saltou de 8% das exportações do agronegócio brasileiro em 2016 para 19% no ano passado.
O vice-presidente também lembrou que o estoque de investimentos da China no Brasil ultrapassou a marca de US$ 66 bilhões em 2020, concentrados em projetos de energia elétrica, mas com “relevantes aportes” em setores de petróleo e gás, exploração mineral e indústria manufatureira. “Novas oportunidades em cooperação e investimento são identificados nos mais diversos setores, oferecendo possibilidades, inclusive no campo da sustentabilidade e bioeconomia.”