SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Seis novos rótulos comemorativos dos cem anos da Leite Moça, marca de leite condensado da Nestlé, geraram comentários gordofóbicos e racistas nas redes sociais nesta sexta (18).
As novas personagens que ocupam o lugar da tradicional camponesa chamam-se dona Sônia, Bia, Gabriela, Angela, Tia Bena, e a mãe Terezinha com a filha Amanda. São mulheres negras, gordas, magras e mais velhas, e foram inspiradas em histórias de brasileiras.
Além das selecionadas para os rótulos, outras cem histórias, que mostram como a marca impactou a vida de pessoas, estão sendo contadas nas redes sociais da empresa.
“Qual lata você prefere? A do Leite Moça tradicional, com a camponesa, ou essa nova versão com a gordinha? Na dúvida, compre de outra marca”, escreveu um usuário no Twitter.
Redes bolsonaristas compartilharam notícias sobre a mudança, e criticaram as novas personagens que estampam a embalagem do produto.
Outros afirmam que as novas embalagens induzem à obesidade. “Leite Moça inova e da mesma forma que os cigarros, ilustra os perigos do vício na embalagem!”, diz um tuíte.
O assunto, que está entre os mais comentados no Twitter no momento, gerou um embate entre apoiadores e críticos da nova campanha da Nestlé.
A gerente-executiva da Nestlé, Keila Broedel, afirmou à reportagem que a campanha traz histórias de superação.
“O que trouxemos na lata e nas cem histórias que contamos são de mulheres que tiveram suas vidas impactadas, que viraram empreendedoras e tornaram do doce uma fonte de renda”, disse.
“Acho que a base de tudo é o respeito. Pela diversidade, pelos consumidores, pelas opiniões”, afirmou.