A safra agrícola de 2022 deverá totalizar 261,5 milhões de toneladas, alta de 3,3% em relação ao resultado de 2021, o equivalente a 8,3 milhões de toneladas a mais, conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de abril, divulgado nesta quinta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Se confirmada, será uma safra recorde. Em relação ao LSPA de março, a projeção para a produção agrícola de grãos em 2022 foi ajustada para cima, com alta de 1,0%, interrompendo uma sequência de revisões para baixo.
Além disso, os produtores brasileiros deverão colher 71,9 milhões de hectares na safra agrícola de 2022, uma elevação de 4,9% em relação à área colhida em 2021, o equivalente a 3,4 milhões de hectares a mais.
Soja
Incorporados os efeitos da quebra na safra no Sul do País, por causa da seca na virada do ano, a leitura de abril do LSPA aumentou em 2,0% a estimativa para a safra de soja no País, na comparação com a projeção de março. Com a colheita praticamente encerrada, a produção de soja deverá ficar em 118,5 milhões de toneladas, um tombo de 12,2% ante 2021.
Em nota, o IBGE destacou que a safra de 2021/2022 de soja foi “marcada por efeitos climáticos adversos, com registro de forte estiagem durante o desenvolvimento da cultura nos Estados do Centro-Sul do País”.
Milho
O LSPA também segue apontando para uma safra de milho recorde em 2022. A projeção de abril aponta para uma safra total de 111,9 milhões de toneladas, salto de 27,5% ante 2021, quando houve uma grande queda na produção.
“Após uma forte queda na produção, em 2021, efeitos do atraso do plantio e da falta de chuvas nas principais Unidades da Federação produtoras, aguarda-se um ano dentro da normalidade, notadamente durante a época de 2ª safra, que é a principal e deve responder por 77,4% da produção brasileira. A produção nacional de milho deve alcançar novo recorde nacional”, diz a nota do IBGE.
O LSPA de abril aponta para uma produção de 25,3 milhões de toneladas na primeira safra de milho, uma revisão para cima de 2,5% ante a estimativa de março. Na comparação com 2021, a projeção aponta para uma queda de 1,4%.
“Embora as chuvas tenham chegado de forma antecipada na maior parte do País, iniciando o ano agrícola no tempo certo, a partir da segunda metade do ciclo da cultura faltaram chuvas na Região Sul, o que derrubou o potencial dessa safra”, diz a nota do IBGE.
Já para o milho 2ª safra, cuja produção foi a principal atingida pelo atraso no plantio e pela estiagem do inverno passado, a estimativa da produção é de 86,6 milhões de toneladas, ligeiro ajuste para baixo (0,7%) em relação à estimativa de março. Na comparação com 2021, a projeção aponta salto de 39,4%.
Café
A leitura de abril do LSPA baixou ainda em 2,1% a estimativa para a produção total de café no País, na comparação com a projeção de março. Agora, o IBGE estima que a produção deverá ficar em 3,3 milhões de toneladas em 2022, ou 54,9 milhões de sacas de 60 kg, alta de 12,0% em relação a 2021.
O LSPA de abril projeta produção de 2,2 milhões de toneladas de café arábica, ou 37,4 milhões de sacas de 60 kg. É um declínio de 3,5% em relação à estimativa do LSPA de março, mas um crescimento de 16,7% em relação a 2021.
Apesar da alta, o potencial de crescimento era maior, já que a safra de 2022 é de “bienalidade positiva” – os pés de café dão mais frutos num ano e menos no seguinte. “Em 2022, a safra do café arábica será de bienalidade positiva, com aumento expressivo da produção, embora o clima seco e excessivamente frio do inverno de 2021 possa ter reduzido o potencial esperado”, diz a nota do IBGE.
Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção no LSPA de abril ficou em 1,1 milhão de toneladas, ou 17,5 milhões de sacas de 60 kg, aumentos de 1,0% em relação ao LSPA de março e de 3,3% em relação a 2021.