Abel Ferreira já foi visto muitas vezes em estado de intensa agitação à beira do gramado das partidas do Palmeiras, mas, no empate por 2 a 2 com o Atlético-MG, na quarta-feira, teve uma atitude mais tranquila, mesmo quando seu time estava perdendo por 2 a 0. Segundo ele, a busca pela calma em campo, tanto dos jogadores quanto do treinador, foi importante para buscar a reação contra os atleticanos e continuará sendo essencial nos próximos jogos decisivos.
“Os jogadores são os primeiros a dizer ‘professor tenha calma, você é o primeiro a nos dizer nos treinos: tenha cabeça fria e coração quente’. Eu tenho que olhar para mim, fazer um esforço para me tornar um treinador melhor a cada jogo, a cada treino. Estar calmo, ser calmo no jogo passa tranquilidade aos jogadores. Nós exigimos que cada um dê o máximo que pode dar, com qualidade, com rendimento. Tem muito a ver com direcionar nosso foco e nossa energia”, afirmou.
Acostumado a disputar mata-matas, o elenco palmeirense tem mostrado que sabe jogar com frieza em momentos de pressão, ainda que tenha sofrido frustrações como a eliminação para o São Paulo na Copa do Brasil. O episódio já foi superado e, agora, o foco é não repetir os mesmos erros que fizeram o Atlético abrir dois gols no Mineirão para viver uma noite menos estressante no Allianz Parque, na próxima quarta-feira, quando será decidida a vaga nas semifinais.
O jogo de volta marcará o sétimo duelo entre Abel Ferreira e Cuca como treinadores de Palmeiras e Atlético-MG, respectivamente. Até agora, são duas vitórias de Cuca e quatro empates, dois deles nas semifinais da Libertadores de 2021, que teve a classificação dos palmeirenses porque o gol fora de casa ainda era critério de desempate. A única vitória do Palmeiras de Abel sobre Cuca foi na final da Libertadores contra o Santos, na época em que o atual treinador atleticano comandava o time praiano. Os números do histórico, contudo, não interessam a Abel.
“Eu nunca disse isso, mas, quanto mais tempo passo aqui, mais admiro os treinadores brasileiros. Muitas vezes eles têm que fazer autênticos milagres, porque jogam sem tempo para treinar, diferente da Europa. Admiro a capacidade que os treinadores brasileiros têm.. Eu tenho ótima relação com o Cuca. Eu não jogo contra nenhum treinador, meu tempo de jogador já foi. Eu fico triste quando um treinador diz ‘joguei contra ele’. Jogamos contra times. Joguei contra o Atlético-MG, que tem um treinador que eu respeito muito. Não jogo contra nenhum treinador”, comentou o português.