O reinado de Serena Williams no tênis mundial será encerrado no US Open deste ano. A aposentadoria foi anunciada pela própria tenista americana em artigo publicado na revista Vogue, nesta terça-feira. Aos 40 anos, ela finalizará uma das carreiras mais vitoriosas do esporte mundial, com algumas das principais marcas do tênis.
“Infelizmente, eu não estava preparada para vencer em Wimbledon neste ano. E não sei se estarei pronta para vencer em Nova York. Mas vou tentar. E os torneios preparatórios serão divertidos”, disse a atleta, que disputa nesta semana o WTA 1000 de Toronto, no Canadá, em preparação para o US Open.
O quarto e último Grand Slam da temporada começa no dia 29 deste mês, em Nova York. Será o último torneio da longa carreira de Serena, que disse ainda sonhar em igualar o recorde de títulos de Grand Slam. Ela soma 23 troféus, contra 24 da australiana Margaret Court. Serena perdeu as quatro últimas finais de Major que jogou.
“Sei que há uma fantasia dos fãs de que eu poderia empatar com Margaret naquele dia em Londres (final de 2018), e aí eu poderia bater o recorde em Nova York. E, na cerimônia de premiação, eu poderia dizer: ‘sim, eu consegui!’ É uma boa fantasia. Mas não estou esperando por algum cerimonial ou um momento especial de despedida em quadra.”
Já prevendo como será sua saída das quadras, Serena afirmou que é “terrível” em despedidas. “Sou terrível para dar adeus, a pior das piores. Mas me agrada saber que sou mais grata a você (fã) do que posso expressar. Vocês me carregaram em tantas vitórias e em tantos troféus. Vou sentir desta versão de mim, da garota que jogou tênis. Vou sentir falta de vocês.”
No depoimento, Serena revelou que pretende ter um segundo filho, com o marido Alexis Ohanian. E que, desta vez, espera viver a gravidez como ex-atleta, após correr sérios riscos na sua primeira gestação.
Ela comentou também que sua aposentadoria se tornou um tabu em sua vida nos últimos anos, diante de suas dificuldades de pensar em uma vida pós-tênis. “Não há felicidade neste tópico para mim. Eu sei que não é uma coisa comum de se dizer, mas eu sinto muita dor. É a coisa mais difícil que eu poderia imaginar. Eu odeio isso. Eu odeio ter que estar nesta encruzilhada. Continuo dizendo a mim mesmo: gostaria que fosse fácil para mim, mas não é.”
Ao confirmar sua aposentadoria, ela disse não gostar desta palavra. “Nunca gostei da palavra ‘aposentadoria’. Não me parece uma palavra moderna. Tenho pensado nisso como uma transição, mas quero ser sensível sobre como uso essa palavra, que significa algo muito específico e importante para um grupo de pessoas. Talvez a melhor palavra para descrever o que estou fazendo seja ‘evolução’.”
Ex-número 1 do mundo, Serena vem de temporadas irregulares, entre lesões e poucos torneios disputados. No US Open, tem chances remotas de alcançar a segunda semana. Mesmo assim, vai encerrar uma das carreiras mais incríveis da modalidade. São 73 títulos no total, com premiação próxima a US$ 100 milhões (cerca de R$ 500 milhões). Seu retrospecto tem 856 vitórias e apenas 153 derrotas.