Em um jogo sensacional com 3h34 minutos de duração, o jovem espanhol Carlos Alcaraz desbancou o sérvio Novak Djokovic de virada por 2 sets a 1 e se credenciou na final do Masters 1000 de Madri. A proeza de vencer o número 1 do mundo ganha destaque ainda maior pelo fato de Alcaraz ter superado, um dia antes, o compatriota Rafael Nadal, número 4 do mundo.
Com apenas 19 anos, Alcaraz chega a mais uma final de Masters 1000 no ano de 2022. O jovem, campeão do Masters 1000 de Miami neste ano, também triunfou no Aberto do Rio e no Aberto de Barcelona. Alcaraz vai em busca do seu quinto título no Circuito Mundial da ATP. O tenista espanhol enfrentará o vencedor do jogo entre o grego Stefanos Tsitsipas e o alemão Alexander Zverev, que se enfrentam neste sábado. A final acontece já neste domingo.
“O jogo foi muito parelho, não sei dizer o que fez a diferença entre a vitória e a derrota, esteve sempre tudo muito próximo. Vencer atletas como Nadal e Djokovic me dá muita confiança para jogar a final. Fiz um jogo muito bom e isso será importante para o restante da temporada”, disse Alcaraz.
“Jogos assim mostram que posso competir com os melhores ou até vencê-los. Não acho que há um limite no que posso alcançar, mas tento toda semana ter os melhores resultados, ir bem em todos os torneios, vou para a final assim como fiz em Miami”, continuou o espanhol.
A primeira semifinal do Aberto de Madrid teve como marca principal o equilíbrio. Djokovic venceu o primeiro set por 7 a 6 e, quando todos esperavam a confirmação do triunfo no set seguinte, veio a surpresa. Um revés de 7 a 5 que coroou o bom desempenho do tenista de 19 anos, que levou a disputa para um terceiro set.
Na disputa derradeira, depois de uma igualdade em 6 a 6, a definição foi para o tie-break e a vitória veio em um 7 a 5 emocionante, com o apoio total da torcida que esteve presente na quadra central. Apesar dos 57 erros não forçados que cometeu durante o jogo, o número 9 da ATP conseguiu a vitória de tirar o fôlego e deixou a quadra ao som de “Carlos! Carlos! Carlos!”, entoado pela torcida.
DUELO DE GERAÇÕES
Na partida, o espanhol quebrou o serviço logo no primeiro game e deu o tom do que seria o confronto entre os dois tenistas. Djokovic conseguiu se impor na disputa e imprimiu o ritmo para manter a partida sob controle. Embora seu rival tenha liderado o placar durante boa parte do primeiro set, a experiência falou mais alto e, a partir dos 5 a 4, ele comandou as ações. Alcaraz seguiu com seu saque agressivo, levou a disputa ao tie-break, mas pagou pelos erros e acabou perdendo o primeiro set por 7 a 6.
O segundo set teve início com os dois tenistas muito concentrados. Tanto Alcaraz qaunto Djokovic foram confirmando os seus serviços. Alcaraz chegou a 6 a 5 após abrir 40 a 15 de vantagem, ver Djokovic encostar, mas depois se recuperar.
A vitória no segundo set veio na quebra de serviço sobre Djokovic em mais um game muito disputado. O triunfo espanhol por 7 a 5 no segundo set fez a torcida festejar bastante na quadra o poder de reação do jovem tenista de 19 anos.
O terceiro set iniciou em alto nível. Alcaraz abriu 30 a 0, mas viu Djokovic empatar a disputa. No entanto, bastante concentrado, confirmou o serviço e saiu em vantagem. Quando a disputa estava em 3 a 2, o sérvio pediu atendimento para tratar uma contusão na mão direita. O contratempo, no entanto, não impediu que o duelo voltasse a ficar igualado em 3 a 3. Já com pouco mais de três horas de duração, os dois tenistas seguiram forçando o jogo.
Djokovic usou muito bem a sua esquerda em paralela enquanto Alcaraz variou os seus golpes para se manter focado em quadra. Foi nesse ritmo que ele mais uma vez confirmou o seu serviço e fez 5 a 4 depois de estar em desvantagem e ver seu rival abrir 30 a 0.
No game seguinte, a torcida entrou em quadra quando o espanhol abriu 40 a 30. Frio, o sérvio se recuperou, confirmou o seu serviço e igualou o terceiro set em 5 a 5. A pouca idade pareceu não ser um peso para Alcaraz. Ele impôs seu ritmo com tranquilidade na sequência e não teve dificuldade para voltar a liderar o set em 6 a 5, colocando fogo na torcida presente na quadra central. O troco veio na mesma moeda. Djoko foi cirúrgico, não deu chances para o seu adversário e igualou em 6 a 6 levando a definição do set para o tie-break.
Sob o coro de “si se puede”, a torcida voltou a se manifestar quando Alcaraz saltou à frente no tie-break por 4 a 2. A vantagem se manteve em 6 a 4, Djoko se recuperou, mas a vitória, enfim, veio com 7 a 5.