SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Bélgica e Itália fazem nesta sexta-feira (2) o confronto mais aguardado das quartas de final da Eurocopa. As equipes se enfrentam às 16h (de Brasília), em Munique.
Ainda que os belgas provavelmente não contem com Kevin De Bruyne e Eden Hazard, lesionados, os italianos sabem que há razões suficientes para se preocupar. Principalmente com Romelu Lukaku, artilheiro da Bélgica na Euro, com três gols.
Campeão italiano pela Inter de Milão na última temporada, o centroavante foi o artilheiro da Serie A, com 24 gols, e eleito o melhor jogador da liga. O título encerrou uma sequência de nove conquistas da Juventus na competição.
O atacante ainda distribuiu dez assistências na Serie A, estatística que mostra seu papel também como preparador de jogadas, e não apenas como definidor.
“Ele é um grande atacante. Se você dá qualquer espaço para ele, pode marcar. É preciso estar sempre atento, não pode deixá-lo livre”, afirmou o zagueiro italiano Francesco Acerbi, da Lazio, acostumado a enfrentar Lukaku e substituto do lesionado Giorgio Chiellini nas oitavas de final, contra a Áustria.
Quem também conhece bem as qualidades de Romelu Lukaku é o goleiro italiano Gianluigi Donnarumma, rival do belga nos clássicos de Milão.
Desde a chegada do atacante à Inter, na temporada 2019/2020, Lukaku e Donnarumma se encontraram em quatro oportunidades, todas pela liga italiana. O atacante anotou quatro gols no arqueiro do Milan, um em cada confronto que tiveram, e venceu três duelos -o Milan triunfou apenas uma vez.
“Dois anos na Itália fizeram bem a Lukaku. A confiança e responsabilidade que [o técnico da Inter] Antonio Conte deu a ele o fortaleceram internamente. Ele é um tanque, faz gols com naturalidade e não perde nenhum jogo [por lesão]”, disse o treinador Claudio Ranieri em sua coluna na Gazzetta dello Sport.
Campeão com o belga na última temporada, Conte já chamou o atacante de “força da natureza”. Como bom italiano, porém, acredita na solidez tática da Itália para superar a Bélgica nas quartas de final.
Ainda que a seleção comandada por Roberto Mancini não tenha as individualidades da equipe de Roberto Martínez, possui um coletivo forte que se credencia à conquista do título europeu, que não é vencido pelos italianos desde 1968.
Com Mancini, já são 31 partidas consecutivas de invencibilidade para a Itália, que sofreu apenas um gol nos últimos 11 jogos. Desempenho defensivo que remete à tradição italiana de saber se defender, mesmo que o jogo praticado pelo time não seja defensivo como o de outras seleções do país.
Em quatro confrontos pela Eurocopa até aqui, a equipe anotou nove gols. Números que reafirmam o bom trabalho de Roberto Mancini à frente da Azzurra.
“É verdade que talvez não exista um jogador top nessa equipe”, diz o ex-zagueiro Franco Baresi, multicampeão com o Milan e vice mundial em 1994 com a seleção.
“O coletivo é o que distingue essa equipe das demais. É um grupo muito unido de jovens jogadores que cresceu com o tipo de futebol que a equipe está jogando. Estão atuando com personalidade, um futebol ofensivo com qualidade e técnica”, completa Baresi.