A negativa de Oscar Piastri em dirigir um dos carros da Alpine na próxima temporada da Fórmula 1 por estar em negociação com a McLaren ainda gera incômodo na escuderia. Em entrevista ao site espanhol El Confidencial, Otmar Szafnauer, o chefe da equipe britânica, revelou que o piloto reserva havia assinado um contrato com a equipe e cobrou lealdade do jovem australiano, anunciado como substituto de Fernando Alonso.
Assim que o experiente espanhol anunciou que seria substituto de Sebastian Vettel na Aston Martin, a Alpine usou suas redes sociais para oficializar Piastri. O australiano, porém, desmentiu o time e garantiu que não estará em seu cockpit em 2023. Ele deve substituir o compatriota Daniel Ricciardo na McLaren.
‘Temos um contrato com Piastri, que ele assinou em novembro’, revelou o chefe da Alpine ao El Confidencial. ‘Falamos com nossos advogados e eles nos disseram que este é um contrato vinculativo, então parte desse contrato nos permite colocar Oscar em um de nossos carros em 2023, razão pela qual emitimos o comunicado à imprensa. Há, também, uma opção para 2024 e a possibilidade de ‘emprestar’ o piloto para outra equipe. Queríamos o Fernando conosco por mais um ano e depois um ‘empréstimo’ do Oscar para 2023′, seguiu Szafnauer.
A mágoa com a atitude do australiano é gigante na Alpine. ‘Sempre disse em todas as minhas coletivas de imprensa que Piastri estaria na Fórmula 1 em 2023 e é porque eu sabia que ele poderia estar no nosso carro ou em outro carro, emprestado, se Fernando tivesse ficado. Eu esperava mais lealdade’, lamentou Szafnauer.
O engenheiro ressaltou todo o carinho dado pela Alpine ao australiano para cobrar mais respeito e integridade com o time. ‘Ele deveria ter dignidade com aquela equipe que cuidou dele, que o levou ao Campeonato do Mundo e, acima de tudo, que durante o ano passado o colocou em um carro de Fórmula 1 para que ele estivesse pronto, para que ele conhecesse os circuitos’, disparou.
Szafnauer acusou Piastri de faltar com honra à palavra. ‘Eu esperava mais lealdade do Oscar do que ele está mostrando. Comecei em 1989 na Fórmula 1 e nunca vi nada assim. E não é sobre a Fórmula 1, é sobre integridade como ser humano. Pode acontecer no hóquei no gelo ou no futebol, não importa. Mas você não faz isso. Ele assinou um pedaço de papel, um documento, dizendo que faria algo diferente’, enfatizou. ‘Para mim, do jeito que cresci, não preciso assinar um pedaço de papel e depois alguém dizer: ‘Você está mentindo, porque você assinou isso.’ Para mim, se você disser: ‘Ei, me ajude, eu te ajudo amanhã’, não há como voltar atrás na palavra. Sem chance.’