A Portuguesa está de volta à elite do Campeonato Paulista. O tradicional time de São Paulo esteve ausente da Série A1 do Estadual por sete temporadas. Rebaixado na edição de 2015, a Lusa lutava por vaga na primeira divisão seguidas vezes, mas vinha batendo na trave. Neste sábado, a história foi diferente e a equipe conquistou o acesso.
Para tanto, a Portuguesa precisou ganhar do Rio Claro o jogo de ida, por 1 a 0. A partida de volta, disputada no Canindé, terminou empatada por 1 a 1. O resultado foi suficiente para tornar a equipe finalista da Série A2 do Campeonato Paulista e garantir o acesso para 2023. “É impressionante o apoio da torcida”, disse Gustavo França, autor do gol da Lusa no duelo.
O estádio do Canindé foi tomado pelos uniformes rubro-verdes. Recebendo 12.968 pessoas, o público foi fundamental para apoiar a Portuguesa até o fim do jogo. A Lusa teve ótima campanha e liderou a primeira fase com ampla vantagem sobre os rivais. Nas quartas de final, eliminou o Primavera de Indaiatuba. E agora despachou o Rio Claro e está na final da competição, mas com a vaga garantida.
“Muito feliz de estar aqui, com a festa dessa torcida. A gente mereceu e espera que seja uma sequência de vitórias e glórias. É emocionante, a gente sabe da história. Torcedor, pode comemorar, ano que vem é Série A1!”, iniciou Caio Mancha, um dos heróis do acesso. “Está bonite de se ver, são pessoas apaixonadas pelo clube”, finalizou, visivelmente emocionado.
“Daqui a alguns anos vai cair a ficha e vamos entender o que fizemos pela Portuguesa. É um time querido aqui no Estado de São Paulo, a gente sabe o que ela sofreu, os rebaixamentos, mas agora voltamos merecidamente”, destacou Daniel Costa. “Esse ano, a gente se fechou de uma maneira muito especial, respeitamos as decisões do treinador, e muitas vezes falam que no futebol não tem justiça, mas nossos números estão aí para mostrar que desta vez fizemos justiça, devolvemos um gigante para seu devido lugar, e agora vamos em busca do título na final”, comemorou o experiente meio-campista.
O goleiro Thomazella, um dos grandes destaques na Portuguesa na campanha, foi às lágrimas ao relembrar a luta que trava junto ao filho, que está tratando um câncer. “Esse grupo está de parabéns, esse clube e essa torcida merecem muito. Estou feliz e honrado por tudo isso. Fico emocionado demais por tudo que passei antes da competição, com meu filho em tratamento de câncer. Tive um sonho, revelei isso durante o campeonato, agora vou poder erguer esse troféu junto com ele”, disse o goleiro.
Diante de quase 13 mil torcedores, a Portuguesa parece ter sentido a responsabilidade nos primeiros minutos. O Rio Claro aparecia com mais perigo. Aos poucos, porém, a Lusa equilibrou as ações e começou a mostrar seu futebol. A pressão do time da casa surtiu efeito aos 34 minutos. Daniel Costa fez um passe magistral e Gustavo França chutou cruzado para abriu o placar para a Portuguesa, incendiando o Canindé.
Na volta do intervalo, o time dirigido pelo técnico Sérgio Soares entrou para definir o jogo. Mas o Rio Claro surpreendeu com o empate aos 13 minutos, marcado por Bruno Moraes. A Lusa, porém, não sentiu o golpe, manteve o domínio em campo, firme na marcação e indo ao ataque só nos momentos certos, sem se expor ao contra-ataque adversário. Bem ao estilo sofrido, todos aguardaram o apito final do árbitro e, com justiça, o Canindé pode de novo ser palco de uma bonita festa rubro-verde.