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EsportesComeçam as provas de atletismo nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Começam as provas de atletismo nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Nas Olimpíadas de Tóquio a delegação brasileira de atletismo é a maior e a mais forte dos últimos tempos e pode chegar a 12 finais olímpicas. O ONRUN te explica quais são as 4 etapas que o atleta enfrenta para chegar até os jogos olímpicos

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Altobeli Santos da Silva na Rio 2016. Foto: COB

 Chegou a hora! O atletismo, uma das modalidades olímpicas mais tradicionais dos Jogos pede passagem.

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Para os Jogos Olímpicos de Tóquio, a equipe brasileira de atletismo conta com 55 atletas em diferentes provas.  

A segunda maior participação da história. Só perdendo para os Jogos do Rio em 2016, quando os atletas brasileiros participaram de todas as modalidades por conta de o país ter sediado as Olimpíadas.  

Em uma edição especial, o atletismo tem a sua melhor delegação em muitos anos de participação olímpica. Primeiro, tem os seus melhores atletas com chances de participarem de mais um ciclo olímpico e com chances de medalhas em mais de uma prova.  

Junte a isso a possibilidade de chegar a 12 finais olímpicas além de várias semifinais, ficando a cada edição mais próximo da final e com condições de disputar uma medalha.

Entretanto, para que um atleta possa disputar os Jogos Olímpicos em plenas condições físicas, técnicas, psicológicas e no auge do seu rendimento, algo é quase que inquestionável. O processo é lento, complexo, difícil e exaustivo.

Mas chegar próximo dos Deuses do Olimpo, independente de medalhas, é a coroação por uma vida toda de entrega. E põe entrega nisso! Abaixo, o ONRUN te conta como se dá o processo de construção de um atleta no atletismo. 

Etapas do atleta olímpico no atletismo foto: Tião Moreira

Etapa 01: o começo de tudo

E esta entrega começa bem cedo! Via de regra, o atleta dá início no atletismo com 12 anos de idade. No processo de iniciação, o adolescente tem o primeiro contato com as modalidades do atletismo e vivencia todas as provas para que possa conhecer cada uma das modalidades.

Nesta parte do processo, é o momento do encantamento, da paquera que cada atleta tem com a modalidade que mais o atraiu. As provas voltadas aos iniciantes são adaptadas. Por exemplo, se os atletas profissionais correm os 100 metros rasos, os aspirantes a velocistas correm menos, 60 metros.

E assim acontece com todas as outras modalidades dentro do atletismo. As provas são leves, divertidas e lúdicas. Calma aí, nem todas! Quando se trata de corrida de 600 ou 1000 metros, o negócio passa ser um bocadinho mais puxado e surgem as primeiras lamentações. “É pra acabar com a gente, né professor?”.

É preciso concordar com a garotada. Provas como estas, realmente, são as mais cansativas, mas não menos importantes. A maioria dos iniciantes nesta fase prefere os saltos, em especial, o salto à distância e também as provas de velocidade.

Outro ponto fundamental no processo de construção do atleta é a inclusão e a socialização nos projetos esportivos sociais. No atletismo, eles treinam juntos e fazem as mesmas provas (homens e mulheres).

Nesta fase, os pais e responsáveis têm uma função determinante, pois as crianças dependem bastante da orientação e incentivo para continuar no esporte. Sem este incentivo da família, lascou! Você já viu uma obra se manter de pé sem sustentação? 

Etapas do atleta olímpico no atletismo Foto: Tião Moreira

Etapa 02: o processo de especialização

Se na primeira etapa os atletas começam a flertar com as modalidades dentro do atletismo. Aqui seria a fase do namoro. Aos 15 e 16 anos os alunos iniciam a fase de especialização em um determinado grupo de provas.
Este namoro é fundamental para que o aspirante no atletismo possa alcançar o tão desejado alto rendimento.

Com o aumento da força e de outras capacidades físicas, aumenta também o grau de dificuldade no processo de construção de um atleta Olímpico. Lembram da expressão “café com leite”? Pois é, se na primeira etapa o lúdico era protagonista, aqui, o negócio é mais embaixo. Aliás, mas acima!

Por exemplo, as distâncias a serem percorridas passam a ser quase as mesmas que são realizadas pelos atletas Olímpicos, como os 100 metros rasos. O “quase” usado aqui não foi sem motivos.

É que algumas modalidades continuam com suas adaptações em várias provas, entre elas, as provas de fundo, em que os atletas correm, no máximo, os 3000 mil metros rasos.

Ah, vale lembrar, que nesta etapa, o atleta demonstra vontade de fazer parte de uma equipe, tem a intenção de ser federado e já observa a possibilidade de estar nos principais eventos em sua categoria. 

Etapas do atleta olímpico no atletismo Foto: Tião Moreira

Etapa 03: o alto rendimento

Quando o atleta consegue atingir o alto rendimento, quer dizer que ele se casou com a modalidade do atletismo escolhida. Na categoria sub 20, a coisa começa a ficar ainda mais séria. É o momento que “o filho chora e a mãe não vê”. Só o treinador mesmo!

As pausas entre os treinos intervalados (tiros) parecem mais curtas que antes e as rodagens mais longas e intermináveis. As saídas do bloco passam a ser uma unidade de treino e o tiro até a primeira barreira também.

Neste casamento, o atleta passa a sentir o vento bater mais rápido no rosto e o peso começa a se distanciar mais do corpo. Detalhes que até então passavam despercebidos são incorporados a sua rotina.

Sabe aquela alimentação rica em carboidratos ruins? Pizza, lanche, lasanha… nananinanão. Baladinha com os amigos regada a cervejinha gelada até altas horas da madrugada? Nem pensar!

O que o atletismo de alto rendimento uniu, o atleta não pode separar. Com os períodos mais importantes dos treinos, não existe mais espaço para excessos. Se antes a intensidade era maior nas competições, no alto rendimento, todo treino deve ser decisivo.

Um casamento sólido, feliz e de sucesso precisa ter? Diálogo! É a hora de ter uma conversa mais séria e reservada com o treinador ou até mesmo procurar uma equipe interdisciplinar que possa oferecer uma estrutura mais eficiente de trabalho e desenvolvimento no esporte.

É claro que, assim como todo casamento, é preciso ter maturidade para entender que o adolescente cresceu e que, por isso, precisa alçar voos mais altos.  

Etapas do atleta olímpico no atletismo (Foto: Wagner Carmo/CBAt)

Etapa 04: o atleta olímpico
Aqui o casamento avança ainda mais e a maturidade esportiva carregada de treinos, provas e competições faz de um atleta de alto rendimento um dos melhores do mundo.

A chegada ao alto nível é caracterizada quando o atleta começa a ter resultados semelhantes aos atletas mais completos do universo.

É na fase sub 23 e adulta que tudo começa a tomar forma. E esta estética competitiva vem acompanhada de bons resultados nas principais competições internacionais, o que dão ao atleta experiência e credibilidade para estar entre os melhores em cada modalidade.

Embora essa precocidade de resultados seja mais comum nas provas de velocidade ou de explosão (como os 100 metros rasos, saltos e arremessos), pode ocorrer também na maratona.

Como é o caso de jovens atletas que já foram medalhistas em competições internacionais e que nas Olimpíadas de Tóquio também podem surpreender em resultados ou até medalhas.

Assim como todo casamento, neste, o tempo de dedicação ao cônjuge atletismo precisa ser bem aproveitado. Quem não têm resistência, deixa o índice olímpico para concorrência. Aquele tempo que antes sobrava nas categorias anteriores, agora é bemmmm mais escasso.  

A rotina de casal aqui conta com trabalhos de força, resistência, velocidade, flexibilidade, tática, técnica, treinos com mais frequência na pista, sessões de fisioterapia preventiva e acompanhamento nutricional. Além de exames bioquímicos com frequência.

Ah, também tem às visitas regulares a laboratórios para avaliação dos níveis de força, resistência e dinâmicas corporais e posturais.

Neste casamento, o atleta precisa ficar bem mais tempo com atletismo e bem menos tempo com a família. É que, vira e mexe, ele vai precisar participar de: campings de treinamento com os melhores do mundo, ficar em centros de treinamentos avançados e disputar competições dentro e fora do país.

A dedicação é tanta que a vida pessoal acaba ficando em segundo plano. E aquela treta pra resolver no banco? O atleta Olímpico não pode perder tempo com essas coisas. Alguém vai ter de representá-lo. Geralmente é alguém da própria família do atleta ou ele contrata alguém para agenciá-lo.

Programação do atletismo para os Jogos de Tóquio

Quer acompanhar tudo que foi discutido aqui na prática? Nesta quinta-feira (29), o atletismo pede passagem nas Olimpíadas de Tóquio. Você vai acompanhar, mesmo de longe, como é o casamento ideal entre o atleta olímpico e o alto rendimento.  

Por isso, bora torcer para o Time Brasil de atletismo que vai tentar fazer história no Japão. Abaixo, o ONRUN preparou uma programação com o calendário das provas, os dias e seus respectivos horários. Atenção: o calendário segue o horário de Brasília.  

29/07 – Quinta-feira
Às 22h55 acontece a etapa classificatória dos 400 metros com barreiras para homens. A prova conta com o atleta brasileiro Alison Santos que está entre os três melhores da categoria no ranking mundial.
01/08 Sábado
No sabadão, a partir das 9h, será disputada a semifinal dos 400 metros com barreiras. Se Alison passar pela classificatória, ele tá dentro.
02/08 Domingo
Já no domingo, só que as 21h, vai rolar a classificatória do salto com vara para homens. E vai ter Thiago Braz tentando defender o título olímpico conquistado nos Jogos do Rio de Janeiro.
03/08 – Terça-feira
A partir da meia noite acontece a final olímpica dos 400 metros com barreiras. Se Alison avançar até a final, ele vai disputar medalha.
Já no começo da manhã, às 7h15, tem classificatória para o arremesso de peso. E tem brasileiro na disputa. Darlan Romani ficou entre os cinco melhores dos Jogos do Rio e do campeonato mundial e é esperança brasileira na modalidade.
04/08 – Quarta-feira
Uma quarta-feira agitada para o atletismo brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Se Thiago Braz avançar nas classificatórias, ele disputa o bi olímpico do salto com vara às 23h.  

Se Darlan Romani conseguir chegar à final olímpica no arremesso de peso, ele disputa a prova às 23h05.
Já às 23h30 é a vez da classificatória para o revezamento 4x100m masculino e tem atleta de Americana na disputa em Tóquio.  

Felipe Bardi dos Santos faz parte do time Brasil de atletismo que ainda conta com os velocistas Paulo André, Rodrigo Nascimento, Derick de Souza e Jorge Vides. O revezamento brasileiro é cotadíssimo a conquistar um lugar no podium olímpico. Bora acompanhar!
06/08 – Sexta-feira
A torcida já começa na madrugada. Às 4h30 tem marcha atlética de 20km para mulheres. A brasileira Érica Sena que está entre as 10 melhores colocadas no ranking mundial tem presença garantida na prova.
Às 10h50 acontece a final do revezamento 4×100. Se o time de velocistas brasileiros confirmar o favoritismo, vai rolar medalha. Já passou da hora do Brasil desbancar os norte-americanos, também nas Olimpíadas.
Às 19h será a disputada a maratona olímpica para mulheres. Infelizmente, não haverá participação brasileira em Tóquio.
07/08 Sábado
A prova mais tradicional dos Jogos Olímpicos acontece a partir das 19h. A maratona masculina conta com tripla participação brasileira em Tóquio.  

O atleta Daniel Nascimento conseguiu o índice olímpico ao vencer a Maratona de Lima no Peru e é o atual campeão dos 10 mil sul americano. Já Daniel Chaves conquistou a vaga na maratona de Londres em 2019. Paulo de Paula é o mais experiente do time e disputa sua terceira edição dos Jogos Olímpicos.

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