O 203º capítulo da maior rivalidade do interior brasileiro será escrito neste domingo. Em momentos distintos na Série B do Campeonato Brasileiro, Guarani e Ponte Preta se enfrentam a partir das 16 horas, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP), pela sexta rodada.
Sem conseguir engrenar neste início, o Guarani tem cinco pontos e neste momento luta contra o rebaixamento. A oscilação, inclusive, fez a diretoria demitir o técnico Daniel Paulista na última quarta-feira, depois do empate com o Náutico, por 1 a 1, em Recife (PE). O fato até contrariou a história, que reza mandar um técnico embora após derrota para o dérbi, considerado sempre o jogo do ano na cidade.
Por outro lado, a Ponte Preta parece ter deixado para trás o rebaixamento no Paulistão e, após uma reformulação no elenco, vem surpreendendo neste início de Série B, brigando pelas primeiras colocações, com sete pontos. Os supersticiosos costumam dizer que o dérbi é vencido pelo time que está por baixo.
Assim como todos clássicos do estado de São Paulo, o dérbi campineiro também é realizado com torcida única por determinação do Ministério Público. Além de reforço na segurança, com fechamento de ruas próximas ao estádio a partir das 13 horas e mais de 300 policiais trabalhando.
Defendendo uma invencibilidade de três jogos no dérbi, o Guarani também leva a melhor no retrospecto geral, com 69 vitórias contra 66 da Ponte Preta, além de 66 empates. No último encontro, válido pelo Paulistão deste ano, o time alviverde goleou por 3 a 0, também no Brinco de Ouro da Princesa.
Como a diretoria não trouxe um substituto para Daniel Paulista, o Guarani será comandado interinamente no dérbi por Ben-Hur Moreira, auxiliar fixo do clube. O presidente Ricardo Moisés, inclusive, não descartou mantê-lo no cargo para a sequência da Série B. Tudo vai depender da resposta do time dentro de campo.
“A gente avalia a situação, confia muito no trabalho do Ben-Hur. O Guarani vem lançando auxiliares com capacidade no mercado nos últimos anos. Foi assim com Umberto, com o Thiago Carpini. E a gente torce para que consiga uma sequência positiva. Vamos dar total apoio, confiamos no trabalho dele, e no dérbi a gente vai com o Ben-Hur no banco de reservas”, afiançou o presidente em entrevista coletiva na última quinta-feira.
Sobre o time, o Guarani adota mistério. Substituídos ainda no intervalo do jogo contra o Náutico por conta de dores no joelho, o volante Rodrigo Andrade e o atacante Júlio César são tratados como dúvidas. O meia e capitão Giovanni Augusto deve retornar ao time titular depois de ser preservado do jogo em Recife (PE) devido a um desgaste muscular.
Depois de repetir a escalação nos últimos três jogos, Hélio dos Anjos deve ser forçado a mexer na Ponte Preta. O lateral-esquerdo Artur sentiu um problema muscular na coxa direita durante a vitória sobre o Brusque, por 2 a 0, no último sábado, e está em tratamento no departamento médico. O prata da casa Jean Carlos é o reserva imediato.
A principal esperança alvinegra é o atacante Lucca. Em sua segunda passagem pelo clube, o camisa 10 marcou oito dos 13 gols da Ponte Preta em 2022. Esse será o seu segundo dérbi campineiro – o primeiro foi no Paulistão deste ano, na derrota por 3 a 0.
“Para jogar um dérbi a motivação tem que estar sempre aflorada. Estou muito feliz pelo momento que a gente vive, por tudo que a gente vem construindo, eu vejo a evolução e isso me deixa contente. Ver que todo mundo está procurando fazer o seu melhor trabalho”, comentou Lucca.
Enquanto o Guarani se escondeu desde sexta-feira em algum hotel nos arredores da cidade, sem revelar o local, a Ponte Preta fez um treino aberto no sábado cedo no estádio Moisés Lucarelli, o Majestoso, tentando passar aos jogadores o clima do duelo. Cada um escolheu sua estratégia, resta saber quem se dará melhor dentro de campo.