Cinco dias depois de confirmar sua presença no Rio Open, o argentino Juan Martín del Potro afirmou neste sábado que seus primeiros torneios em dois anos e meio podem também ser seus últimos no circuito profissional. Entre lágrimas, o ex-número três do mundo indicou que a aposentadoria está próxima e poderia acontecer até mesmo logo após o Rio Open, neste mês.
“Talvez seja mais uma despedida do que um retorno”, disse o tenista, sem confirmar a aposentadoria. “A mensagem mais clara que quero dar é que vou jogar em Buenos Aires, vou jogar no Rio e comunicar que, diferente de outros momentos, hoje há uma possibilidade concreta de parar. Não penso mais no futuro.”
As declarações foram feitas em entrevista coletiva antes de sua estreia no Torneio de Buenos Aires, de nível ATP 250. O tenista de 33 anos não conteve as lágrimas e precisou interromper suas respostas aos jornalistas por ao menos duas vezes.
“O joelho tornou a minha vida um pesadelo. Faz muitos anos que busca tratamentos médicos e nunca imaginei me aposentar do tênis sem estar em quadra. Não encontrei melhor torneio do que o de Buenos Aires para fazer isso. Depois destas semanas, vamos ver como será o futuro”, declarou. “É uma decisão difícil”, completou, novamente sem apontar uma possível data para sua aposentadoria.
Del Potro não joga uma competição oficial desde o Torneio de Queen’s, na Inglaterra, em 2019. Mas seu problema no joelho direito vem de outubro do ano anterior, quando sofreu uma queda durante uma partida do Masters 1000 de Xangai, na China, e fraturou a patela. Ele precisou passar por uma série de cirurgias no local. Em 2019, chegou a jogar 12 partidas, mas longe da sua melhor forma física.
Após quase 1.000 dias longe do circuito, ele retornará na terça-feira, na capital argentino, diante dos seus compatriotas. Na semana seguinte, jogará na chave principal do Rio Open, que começa no dia 12. Del Potro vinha se dedicando aos treinos no saibro, superfície das duas competições, nos últimos meses.
Seu adversário na estreia em Buenos Aires será o compatriota e amigo Federico Delbonis. “Não poderia pedir outra coisa além de jogar nesta terça-feira com um amigo como Fede, por que vivemos os dias mais inesquecíveis como tenistas. E espero que seja outro dia inesquecível.” Juntos eles levaram a Argentina ao título da Copa Davis de 2016.