Em meio à guerra provocada pela Rússia que se intensifica no território da Ucrânia, a Federação Internacional de MMA (Immaf, da sigla em inglês) anunciou a suspensão de membros da União Russa de MMA (Rmmau) e da Federação de Luta e MMA de Belarus. Em comunicado, a entidade diz que a medida foi tomada em união a um boicote esportivo internacional a estas duas nações em razão do conflito armado.
A suspensão vai barrar as federações da Rússia e de Belarus de participarem de todos os campeonatos promovidos pela Immaf. O prazo é indefinido. Apesar da entidade dizer que o veto irá durar até um ‘futuro próximo’, é de se esperar que a decisão dure algum tempo depois do fim das ofensivas russas contra a Ucrânia, quando e se elas acontecerem.
A decisão, além de evitar que atletas destas duas nações participem de competições, também dita que nenhum tipo de evento poderá ser realizado nos países em questão. Em comunicado, o presidente da Immaf lamentou o atual cenário. “É com tristeza que a diretoria da IMMAF tomou essa decisão, pois acreditamos no poder do esporte de unir as pessoas além da política. No entanto, a pátria de nossos amigos e colegas da Liga de MMA da Ucrânia está sob ataque e eles foram forçados a competir na Supercopa da próxima semana para defender seu país. Somos obrigados a nos unir ao esporte global em solidariedade à Ucrânia.”
DECISÃO GLOBAL – Desde que começou seus ataques à Ucrânia, a Rússia começou sofrer uma série de reprovações do mundo esportivo. Diversos eventos tendo o país como sede foram cancelados, bem como a suspensão de inúmeros eventos e competições esportivas ao redor do mundo. As medidas causam problemas significativos à economia e principalmente para atletas russos, que novamente se vêm prejudicados por atitudes do governo de Vladimir Putin.
No automobilismo, o Grande Prêmio de Fórmula 1, que seria realizado em Sochi no fim de semana do dia 25 de setembro, foi retirado do calendário após pressão de equipes e pilotos, que se recusaram a viajar ao país. A Rússia se preparava para transferir a corrida da cidade-sede dos Jogos de Inverno de 2014 para São Petersburgo em 2023, porém o conflito com os ucranianos deixa dúvidas sobre a sequência da categoria no país.
No futebol, as sanções vieram repartidas. A primeira delas foi a retirada da final da Liga dos Campeões da Europa 2021/2022 de São Petersburgo. O evento agora será realizado em Paris. Em seguida, vieram punições sobre as seleções e clubes russos. A Fifa proibiu a seleção russa de competir sob sua bandeira, executar o hino e excluiu o país das Eliminatórias para a Copa do Mundo. A decisão foi seguida pela Uefa, que excluiu o Spartak Moscou da Liga Europa e retirou a seleção feminina da Eurocopa.
O Comitê Olímpico Internacional recomendou às suas federações esportivas que excluam atletas russos das competições e orientou a desconvocação daqueles que já haviam sido convidados. A medida também será aplicada a esportistas de Belarus. A entidade também retirou condecoração da Ordem Olímpica dada ao presidente russo Vladimir Putin.
A Federação Internacional de Judô fez o mesmo e suspendeu honraria entregue ao líder russo. Vladimir Putin, que é faixa preta e graduado no 8º dan na modalidade, havia sido intitulado Presidente Honorário e Embaixador. Em outubro, a Rússia seria palco de uma das etapas da Premier League de caratê, mas o evento foi retirado do país e deverá ganhar nova sede.
Outros eventos em modalidades como vôlei, natação, badminton e esgrima também foram drasticamente afetados. O conselho da Federação Internacional de Atletismo (World Athletics) anunciou também que atletas, pessoal de apoio e dirigentes de Rússia e Belarus excluídos de todas as competições. A decisão tem efeito imediato. A federação de Belarus foi suspensa, assim como a entidade russa está desde 2015 devido aos casos de doping.