A primeira colocação do russo Daniil Medvedev no ranking da ATP, alcançada oficialmente na segunda-feira, está incomodando a Federação Ucraniana de Tênis. Membro do conselho da entidade, o dirigente Seva Kewlysch defendeu que o novo número 1 do mundo deve ser impedido de disputar os Grand Slams deste ano, em razão da invasão da Rússia ao país vizinho, iniciada na semana passada.
“Deixem ele jogar torneios da ATP, mas Grand Slams são organizados pela Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) e, perdendo a possibilidade de jogar Grand Slams, ele nunca poderá ser o número 1. Ele não deveria jogar os abertos de França, Estados Unidos e Wimbledon”, afirmou Kewlysch em entrevista à agência de notícias Reuters.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) emitiu um comunicado na segunda-feira e recomendou que federações e organizadores de eventos esportivos barrem competidores russos e de Belarus. No texto, afirma que, se isso não for possível, é necessário que os atletas desses países atuem como participantes neutros, sem identificação nacional.
“Para Daniil, não representar a Rússia não é uma grande punição, mas é uma grande vergonha. Representar um time sem bandeira, sem hino e sem história em um evento, provavelmente isso fará com que ele faça a coisa certa”, completou o dirigente ucraniano.
Anteriormente, a Federação Ucraniana já havia enviado à ITF uma carta pedindo a desclassificação de tenistas russos e de Belarus. Em resposta, a entidade internacional disse que tomou ‘medidas rápidas’ para cancelar eventos em território russo, mas ainda não esclareceu a situação dos tenistas.
Na segunda-feira, a tenista ucraniana Elina Svitolina disse que não jogará a partida desta terça-feira, contra a russa Anastasia Potapova, no WTA de Monterrey, caso a organização não siga a recomendação do COI de que atletas da Rússia e de Belarus joguem como neutros.
Potapova respondeu afirmando que os atletas russos são “reféns da situação” e se disse “contra as lágrimas, a dor e a guerra”. Por enquanto, o jogo continua marcado para as 22 horas (horário de Brasília) desta terça.