SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mais de 3.000 pessoas se infectaram com o novo coronavírus na final da Eurocopa, disputada entre a Inglaterra e a Itália em 11 de julho, de acordo com estimativas do Serviço Nacional de Saúde britânico divulgadas na sexta-feira (20).
Segundo o órgão, 2.295 pessoas dentro e no entorno do Estádio de Wembley, em Londres, provavelmente estavam infectadas durante a partida e outras 3.404 podem ter contraído o coronavírus no evento, o que faz da final um evento superdisseminador de Covid-19.
Na decisão, com público de cerca de 67 mil pessoas, a Inglaterra e a Itália empataram em 1 a 1 no tempo normal e, na disputa de pênaltis, os italianos conquistaram o título do torneio.
“A Euro 2020 foi uma ocasião única, e é improvável que tenhamos um impacto semelhante nos casos de Covid-19 em eventos futuros”, declarou Jenifer Smith, vice-diretora médica da Saúde Pública da Inglaterra, em comunicado.
“No entanto, os dados mostram como o vírus pode se espalhar facilmente quando há contato próximo, e isso deve ser um alerta para todos nós, enquanto tentamos retornar à normalidade com cautela mais uma vez.”
Outros eventos-teste realizados em um período de quatro meses mostraram números muito menores de pessoas diagnosticadas com Covid-19, próximos ou inferiores às médias do país.
O GP de Fórmula 1 em Silvertone, realizado em 18 julho, atraiu 350 mil pessoas, o maior público em um evento no Reino Unido em 18 meses, e 585 casos de Covid-19 foram registrados pelo sistema de teste e rastreamento do Serviço Nacional de Saúde britânico.
De acordo com estimativas do órgão, 343 pessoas já estavam infectadas e 242 pessoas contraíram o vírus na prova.
O torneio de Wimbledon, que recebeu cerca de 300 mil pessoas ao longo de duas semanas, foi responsável por 881 casos, divididos em 299 pessoas provavelmente já contaminadas e 582 novas infecções.
O governo britânico afirma que os dados do GP da Inglaterra e do torneio de Wimbledon demonstram que é possível realizar grandes eventos com segurança, com quantidade de casos comparáveis à média, mas que são necessárias precauções.
“Para que possamos manter a temporada de futebol, os teatros e os shows seguros com capacidade máxima de público neste inverno, exorto os fãs de esporte, música e cultura a se vacinarem, pois esta é a maneira mais segura de realizarmos grandes eventos”, afirmou o secretário de Cultura, Oliver Downden.