O segundo dia de abril será de grito de campeão no maior palco do futebol brasileiro. Com torcidas divididas nas arquibancadas, que estarão lotadas, o Maracanã definirá neste sábado quem dará a volta olímpica com o título carioca de 2022. Serão festejos de ressurgimento ou histórico. A resposta vem a partir das 18 horas com um “tranquilo” Fluminense tentando desencantar após 10 anos de jejum, diante de um “mordido” Flamengo em busca do tetracampeonato histórico.
As equipes chegam para a grande decisão com trabalhos distintos nas últimas 48 horas, mas não menos importantes. Do lado tricolor, o técnico Abel Braga passou os últimos dias pregando cautela a todo momento para evitar o clima de “já ganhou” após vitória por 2 a 0 na quarta-feira.
“Para nós tem que começar 0 a 0. Não adianta pensar em vantagem. Tem sido assim, quando eu estava aqui, quando não estava. E temos de manter a humildade”, disse Abel, garantindo que sua equipe não entrará em campo pensando nos 2 a 0 do jogo de ida. Mesmo assim, ele promete manter a postura precavida que deu muito certo nos últimos quatro clássicos diante do rival Flamengo, todos com vitória do Fluminense.
“As vitórias do Fluminense no Fla-Flu têm sido assim: o Flamengo sempre tem a bola, daqui a pouco começa a se projetar demais e a gente escapa, e uma hora marca. E isso vai continuar. Vou falar que vou mudar para o próximo jogo? Vou mudar nada”, garante.
A postura será a mesma, mas as peças podem ser diferentes com recuperação do zagueiro Nino e do atacante Luiz Henrique. Abel vê um crescimento grande com a dupla, que trabalhou normalmente na sexta-feira.
Apesar de ter ótima vantagem e poder perder por um gol, o torcedor do Fluminense continua ressabiado após o time abrir vantagem nos últimos mata-matas e sofrer. Também defendia 2 a 0 na Libertadores e acabou levando o troco do Olímpia e não indo para a fase de grupos – caiu nos pênaltis. Contra o Botafogo, o time também ganhou o primeiro compromisso e depois ficou atrás por 2 a 0 na volta, buscando a vaga com gol de Cano aos 51 minutos do 2º tempo.
O atacante, autor dos últimos três gols da equipe, pede concentração e para o Fluminense entrar “com faca no dentes”. Em entrevista ao SporTV, garantiu que o título virá se a equipe correr ainda mais que o primeiro jogo da decisão. Desde 2012 a Taça não vai para as Laranjeiras.
Já do lado rubro-negro, o português Paulo Sousa bateu na tecla que o Flamengo “não jogou nada” na primeira partida da decisão não apenas como crítica, mas usando o lado psicológico para mexer com o brio dos jogadores. A ideia do técnico é deixar o grupo “pilhado” para uma reviravolta no Maracanã.
A crença é pela manutenção do reinado no Rio. Apesar de ter batido no time e também assumir que não foi bem na quarta-feira, o discurso do português é que a virada virá. E com três gols de diferença, abrindo mão da disputa por pênaltis. Qualquer vantagem de dois gols do Flamengo leva a decisão para os tiros livres.
“Vamos reverter a situação, não tenho dúvida”, enfatizou Paulo Sousa. “Sobretudo pelo nível do jogo que apresentamos. Não vamos repetir atuação ruim. A gente precisa fazer três gols e tem capacidade para fazer”, garantiu. “Mesmo contra um adversário que tem vantagem de dois gols e vai continuar fechado. Confio nos processos, no elenco e nos jogadores para podermos superar esse caminho difícil para ser tetra.”