O primeiro finalista da Libertadores 2021 será conhecido nesta terça-feira. Depois de empatar sem gols no Allianz Parque, há uma semana, Atlético-MG e Palmeiras voltam a se enfrentar às 21h30, no Mineirão. A expectativa é de que o futebol pobre tecnicamente apresentado no primeiro duelo não se repita em Belo Horizonte. Duas apostas para mudar esse cenário, uma de cada lado, são Hulk e Dudu, dois dos jogadores com mais recursos em campo. Quem vencer garante um lugar na decisão em Montevidéu, no Uruguai, marcada para 27 de novembro. Novo empate sem gols leva a definição para as penalidades. Igualdade com gols classifica o time alviverde.
Hulk e Dudu têm perfis diferentes, bem como as histórias em seus clubes. O meia-atacante palmeirense retornou à equipe na metade desta temporada e, diante da austeridade financeira da diretoria, foi considerado o grande “reforço” do time. Ídolo da torcida, ele ainda não conseguiu mostrar a consistência mostrada nas cinco temporadas e meia anteriores à sua saída para o Catar, mas sua importância continua a mesma.
Neste ano, Dudu atuou em 14 jogos e balançou as redes somente uma vez, contra o São Paulo, nas quartas de final da Libertadores. Pelo que construiu no passado até o caminho da idolatria, a torcida confia que o jogador seja mais vezes decisivo, ao contrário do que ocorreu no primeiro encontro no Allianz Parque. Na ocasião, teve atuação apagada e saiu irritado com Abel Ferreira ao ser substituído por Wesley. Ouviu do treinador que “ninguém está acima dos interesses da equipe” e reagiu dizendo que o “Palmeiras é muito maior do que todos, sim”, e que cada um deve trabalhar para fazer a equipe evoluir. Os dois conversaram e o episódio foi superado.
Dudu é o jogador do elenco com mais jogos (319), vitórias (182), gols (71) e assistências (79), o maior goleador do Allianz Parque (136), artilheiro do Palmeiras no século, segundo com mais jogos no mesmo período, atrás apenas de Marcos (392) e o primeiro com mais vitórias no século, ao lado também do goleiro (182).
Hulk, por sua vez, é certamente um dos destaques, senão o principal, do futebol brasileiro. Pretendido pelo Palmeiras antes de chegar ao Atlético-MG, o atacante conseguiu voltar à seleção brasileira em virtude de seu brilhantismo em 2021. Ele é o vice-artilheiro da Libertadores, com sete gols, e na temporada já soma 21 gols e 11 assistências em 41 partidas.
São 11 temporadas na carreira de Hulk com ao menos 20 gols marcados. Ao todo, fez 381 gols em 734 partidas oficiais, na contagem de sua assessoria. O experiente atleta errou o pênalti que teria colocado o Atlético em vantagem na semana passada e quer se redimir em Belo Horizonte. “Esperamos fazer um grande jogo e pretendemos aproveitar mais as oportunidades”.
DUELO ABERTO E COM TORCIDA – O Mineirão terá 30% de sua capacidade ocupada depois que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, voltou a autorizar a presença de público. Abel Ferreira não se importa com o fato de o rival poder contar com o apoio de sua torcida e o Palmeiras não. Na sua avaliação, quem “faz a diferença são os jogadores”. No entanto, ele diz que vai acreditar na mobilização “dos verdadeiros torcedores palmeirenses”, mesmo distantes.
Raphael Veiga concorda com o seu comandante. “Lógico que se eu pudesse escolher, queria a torcida do Palmeiras, sabemos o quanto ela ajuda, sentimos saudade de jogar com a casa cheia, mas quem resolve os problemas somos nós dentro de campo”, disse. O meio-campista sugeriu que o grupo use como combustível a campanha vitoriosa da edição passada da Libertadores. “Temos de trazer à memória aquilo que nos dá esperança, os sentimentos que tivemos na final, depois do River Plate (na semifinal) no ano passado. Saímos motivados porque sabemos o que representa o jogo”, explicou.
Abel Ferreira não tem desfalques para a partida em Belo Horizonte. A tendência é de que o português repita a escalação que começou o jogo de ida, em São Paulo. Danilo e Wesley despontam como possíveis novidades. O treinador trabalhou a parte mental de seus atletas em busca da segunda final consecutiva da competição sul-americana.
“É um jogo que decide uma final da Libertadores. No ano passado vencemos, e este ano vamos defendê-la com unhas e dentes, jogando contra um equipe cascuda, que fez um investimento muito grande, mas nós com nossa inteligência, nossos recursos vamos procurar entrar competitivos. Nosso objetivo é estar na final da Libertadores”, enfatizou.
Do outro lado, Cuca naturalmente festejou o fato de poder contar com parte do estádio cheio. O treinador atleticano não vê seu time pressionado para ir à final por ter uma equipe com mais recursos. Ele entende que a pressão está em cima do adversário, que vem de derrota para o arquirrival Corinthians.
“O Palmeiras perdeu um clássico, sempre é uma cobrança muito grande que você tem em cima”, opinou, antes de fazer uma ponderação ao citar o placar do jogo de ida. “Isso não entra em campo. Entra um placar de zero a zero na casa do Atlético, de quem vencer vai passar adiante”.
A preocupação de Cuca é com a situação de Diego Costa, que sentiu um incômodo na coxa no Allianz Parque e foi substituído. O atacante passou por um tratamento intensivo nos últimos dias e não foi relacionado para o confronto com o São Paulo, sábado. Se não puder jogar, Vargas e Keno brigam pela vaga entre os titulares. Savarino, recuperado de lesão, é outra opção ofensiva.