SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Sem tristeza ou amargura na voz, Ketleyn Quadros disse só levar “lembranças maravilhosas” das Olimpíadas de Tóquio. Na manhã desta terça-feira (27), ela perdeu para a holandesa Juul Frannsen na repescagem da categoria até 63 kg do judô.
“Depois de 13 anos, estar de volta aos Jogos, melhor até do que estava em 2008… Só tenho a agradecer a Deus pelo reconhecimento de uma vida dedicada ao esporte”, disse a judoca, se referindo a sua primeira participação, em Pequim.
Ketleyn foi escolhida para ser a porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de abertura no Japão (ao lado do levantador Bruninho, do vôlei) e chegou a mostrar ser possível conquistar uma medalha no Nippon Budokan.
Ela sequer precisou pisar no tatame na primeira rodada porque sua adversária, a hondurenha Cergia David não conseguiu ficar dentro do peso na categoria. A brasileira venceu por WO. Na segunda luta, derrotou por ippon Gankhaich Bold, da Mongólia.
Uma vitória no combate seguinte a colocaria na semifinal, mas Ketleyn perdeu para a canadense Catherine Beauchemin-Pinard, o que a levou à repescagem e a chance de chegar ao bronze. Mas a queda diante da holandesa acabou com seu sonho.
“Não dá para avaliar o que faltou. Dá para avaliar uma jornada gigantesca, com muitas conquistas e tenho muito orgulho dessa caminhada. Dei meu máximo, mas meu máximo não foi o suficiente”, explicou.
Ela deixou aberta a possibilidade de buscar vaga para Paris-2024, quando estará com 36 anos.
“Quem disse que não? Uma coisa que não vou fazer é judô por hobby”.