O Liverpool perdeu pela primeira vez em 2022 nesta terça-feira. Jogando em Anfield, viu sua sequência de 15 partidas sem derrotas acabar com 1 a 0 para uma brava Inter de Milão, que vendeu caro a eliminação nas oitavas de final da Liga dos Campeões. O time inglês vinha de 12 vitórias e três empates no ano e tinha campanha perfeita na Liga dos Campeões, com sete triunfos. Desde 28 de dezembro, quando levou 1 a 0 em visita ao Leicester, pelo Campeonato Inglês, que os comandados de Jürgen Klopp não eram batidos.
O resultado negativo, contudo, não desanimou a torcida, que festejou a vaga e a apresentação do Liverpool. Caprichasse um pouco mais, e a invencibilidade seria mantida. A equipe da casa parou na trave em três oportunidades e ainda viu o chileno Vidal salvar quase em cima da linha nos acréscimos.
A festa em Anfield começou antes mesmo de a bola rolar e com as equipes ainda nos vestiários. Como de costume na casa do Liverpool, os torcedores deram um lindo espetáculo cantando You’ll Never Walk Alone (Você nunca andará sozinho). Até torcedores da Inter foram flagrados entoando a bela canção.
As equipes pisaram no gramado mostrando enorme concentração. Os jogadores ficaram perfilados alternando um de cada time em pedido de paz ao mundo. Os atletas do Liverpool ainda se ajoelharam em protesto contra o racismo antes do apito inicial.
A bola rolou e o Liverpool foi logo mostrando que não ficaria escorado na vantagem de 2 a 0 construída em Milão. Único time com 100% de aproveitamento na Liga dos Campeões após empates de Bayern e Ajax na abertura das oitavas, o time inglês queria “matar” a série rápido. Ou seja: abrir o placar logo.
Klopp optou pelo retorno de Diogo Jota desde o início, formando o trio ofensivo com Salah e Mané. O chileno Alexis Sánchez era a aposta de Simone Inzaghi na equipe italiana que precisava de um resultado bastante improvável. Desde 2014 que os ingleses não perdiam por três gols na Liga dos Campeões, a obrigação da Inter para avançar direto – diferença por dois gols levaria a disputa à prorrogação.
O jogo começou com muita luta e pouca chance clara. Na metade do primeiro tempo a partida acabou paralisada para atendimento de um torcedor que passou mal nas arquibancadas. A torcida usou os celulares como lanternas para ajudar os médicos a chegarem ao local onde estava o fã do Liverpool. Foram cinco minutos de pausa.
A grande chance, enfim, veio logo no primeiro lance após a bola rolar novamente, com Matip cabeceando e carimbando o travessão. Pouco depois foi a vez de o outro zagueiro, Van Dijk, quase tirar o zero do placar, também de cabeça.
Assustada, a Inter apenas aguardava na defesa, marcando forte e explorando os contragolpes com lançamentos buscando Lautaro Martínez, isolado no ataque e sempre sem conseguir receber um passe preciso.
Antes do intervalo, mais uma chance para cada, ambas em cobranças de falta.
Çalhanoglu parou em Alisson e Arnold bateu por cima da barreira, raspando. Após 45 minutos, as equipes foram para o descanso com suas metas não realizadas. Ambos queriam ao menos uma vantagem mínima para ter mais tranquilidade ou menos pressão na etapa definitiva.
A precaução ficou nos vestiários. As equipes voltaram ousadas na etapa final com lances de ataque e chances de ambos os lados. A partida retornou aberta e mais emocionante. Salah parou na trave e a resposta da Inter veio com Lautaro perdendo, dentro da área. Bateu para fora. Ambrósio também chutou pelo alto.
A coragem da Inter foi premiada com um chutaço de Lautaro no ângulo após saída errada de Matip. A torcida da Inter explodiu e Klopp bateu palmas incentivando os ingleses para não se abaterem. A festa italiana durou um minuto. Alexis Sánchez entrou forte em Fabinho e acabou expulso logo depois do gol.
Com um a menos, a Inter precisava de superação para buscar novo gol que levaria a decisão das oitavas de final à prorrogação. O Liverpool assimilou o golpe e, com mudanças, mesclou administração da posse de bola com jogadas ofensivas. Não queria ser vazado e, ao mesmo tempo, reagir para manter a invencibilidade.
Salah, mais uma vez, teve a oportunidade de garantir a tranquilidade em Anfield. O egípcio do Liverpool recebeu ótimo levantamento e carimbou outra vez a trave. Os ingleses tinham desvantagem no placar, mas o controle da partida. A torcida fazia sua parte ao vaiar os italianos quando a posse era da Inter.
Díaz entrou no fim e perdeu a chance do empate, ao bater colocado e ver Vidal salvar em um carrinho. O jogo terminou com torcedores do Liverpool comemorando e da equipe italiana satisfeitos com o empenho de sua equipe, com gritos de “olê, olê, Inter, Inter.”