SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma das mais ferozes críticas já recebidas por Lionel Messi, 34, alguém acostumado aos elogios, foi feita por Sir Alex Ferguson. O histórico técnico escocês do Manchester United (ING) explicou por que considerava Cristiano Ronaldo melhor que o argentino.
“Cristiano é completo. Messi é um jogador do Barcelona”, comparou.
A mensagem era que fora do clube catalão, o sul-americano não seria o mesmo.
Ronaldo, ao sair do Real Madrid (ESP) e ir para a Juventus (ITA), em 2018, provocou seu maior rival ao opinar que ele precisava de desafios na carreira. Aquilo significa o que até então se considerava inimaginável: sair do Camp Nou.
Lionel Messi deve começar o ciclo final de sua carreira neste domingo (29), quando o Paris Saint-Germain vai a Reims, a capital do champagne, enfrentar o Stade de Reims , às 15h45 (horário de Brasília), pelo Campeonato Francês, com transmissão da ESPN.
O técnico Mauricio Pochettino sinalizou que o atacante entraria em campo pela primeira vez pelo seu novo clube. Isso provocou uma febre que o município de 154 mil habitantes jamais viu.
O gerente de ingressos do Stade de Reims disse ao jornal L’Équipe que as entradas estão esgotadas, algo não comum na região. Foram vendidos bilhetes para torcedores de diferentes países. Chile, Coréia do Sul, Egito, Índia, Tailândia, entre outros.
Os 122 pedidos de credenciamento de jornalistas representam o recorde do estádio Auguste-Delaune II (capacidade de 21.628). Solicitações foram feitas pelo New York Times, Washington Post, Forbes e por diários argentinos.
O técnico Óscar García, do adversário do PSG neste domingo, teve de recusar dezenas de pedidos de entrevistas. Catalão, ele é uma conexão com o começo da carreira de Lionel.
García fazia parte do elenco do Espanyol que enfrentou o Barcelona em outubro de 2004, embora não tenha jogado. Messi, então com 17 anos, fez sua estreia como profissional naquela partida. Um dos zagueiros que marcaram o garoto argentino naquele dia foi Mauricio Pochettino.
É o sinal do quanto o tempo passou para o jogador seis vezes eleito melhor do mundo. Ao entrar em campo pela primeira vez com a camisa argentina, em agosto de 2005, durante amistoso contra a Hungria, um dos seus companheiros foi Lionel Scaloni, atual treinador da seleção.
Será com a camisa do PSG e ao lado de Neymar que ele deverá ter seus últimos anos em alto nível na carreira. A não ser que o clube francês o dispense antes do final do contrato de dois anos (com opção para uma terceira temporada). Não parece provável porque dinheiro não é problema para um clube controlado, em última instância, pela família real do Qatar.
Ao ser surpreendido pela notícia de que seu filho e cliente seria liberado pelo Barcelona, Jorge Messi negociou em poucos dias um acordo com a agremiação parisiense: 25 milhões de euros pela assinatura do contrato (R$ 154 milhões pela cotação atual) e outros 25 milhões de euros por temporada. Se ficar os três anos, Messi terá recebido, apenas em salários e luvas, R$ 616 milhões.
O plano original do atleta era permanecer no Barcelona até 2023 e depois se transferir para a Major League Soccer, a liga americana. A ideia é viver em Miami. Ele se apaixonou pela cidade nos dias que passou lá de férias após a conquista da Copa América deste ano. Isso poderia fazê-lo atuar no final de carreira pelo Inter Miami, que tem como presidente David Beckham.
Caso isso se concretize, será uma frustração para a torcida do Newell’s Old Boys, seu clube do coração em Rosário, a cidade onde nasceu. Jorge Messi havia prometido que Lionel um dia atuaria com o uniforme vermelho e preto da Lepra.
Lionel tem muito em jogo além de apenas mostrar que há vida fora de Barcelona. O PSG o contratou para, enfim, conquistar a Champions League, torneio que lhe tem escapado apesar de quase R$ 9 bilhões em reforços contratados em 10 anos.
O atacante já possui quatro títulos do maior torneio europeu, mas o último aconteceu em 2015. Um novo troféu pode fazê-lo ser escolhido melhor do mundo pela sétima vez, aumentando um recorde que já é seu. Também serviria como aperitivo para seu maior objetivo da carreira: a Copa do Qatar em 2022, sua última tentativa para ser campeão mundial com a Argentina.
Neste ano, ele quebrou a escrita de não vencer pela seleção ao levantar a taça da Copa América, mas o torneio no Oriente Médio sempre foi o objetivo maior. Uma prova, como se fosse necessário, de que ele não é apenas um “jogador do Barcelona”.