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EsportesPaulo André critica Confederação por cortar pai e técnico: 'Fez diferença'

Paulo André critica Confederação por cortar pai e técnico: ‘Fez diferença’

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TÓQUIO, JAPÃO (UOL/FOLHAPRESS) – O brasileiro Paulo André Camilo disputou às semifinais dos 100 m rasos na Olimpíada de Tóquio neste domingo (1º), mas não conseguiu a classificação para a final. Decepcionado com sua prova ruim, o velocista evitou dar desculpas, mas fez críticas à Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) pela ausência de seu pai e treinador, Carlos Camilo.

“É uma conexão muito forte, não tem jeito, ele me conhece pelo olhar, e hoje isso foi visível. Não é na prova, mas na preparação, no aquecimento. Infelizmente, os gestores não conseguiram enxergar isso, mas não é desculpa. A responsabilidade da prova é minha, não é de ninguém mais. Mas faz diferença, sim, se é essa a resposta que você quer, faz toda diferença ter um treinador do lado. Agora, um pai, faz muito mais diferença. Agora é trabalhar e calar a boca de todos eles que cortaram meu pai”, afirmou o atleta após a prova.

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Se foi bem nas eliminatórias e garantiu vaga na semifinal com 10s17, Paulo André não fez boa semifinal e acabou com 10s31, pior tempo entre os 23 atletas — Reece Prescod, da Grã-Bretanha, foi desclassificado por queimar a largada. Para o corredor, visivelmente emocionado, o resultado pode ter sido ocasionado por erros no fim da preparação, mais uma vez citando a ausência do pai.

“O fato de o meu treinador não estar comigo pode ter influenciado. No aquecimento hoje vi todos os semifinalistas com o treinador do lado, e eu era o único sem treinador. A Olimpíada não permite isso. Tem que ter um treinador do lado para estar com você”, declarou o atleta, que já havia homenageado Carlos Camilo ontem (31), por sua classificação às semifinais: “Você é o cara, e está aqui comigo. É por você, te amo”, disse.

O brasileiro tem como melhor tempo a marca de 10s02, e havia expectativa que se tornasse o primeiro sul-americano a quebrar a barreira dos 10 segundos. Essa pressão, entretanto, garante, não o atrapalhou. O recorde continental é do brasileiro Robson Caetano, e está em voga desde 1988.

“Essa pressão vem desde os 18 anos, quando corri 10s06. Cheguei muito perto. De lá para cá, corri cinco vezes abaixo de 10s05, essa pressão já não é de hoje. Mas não me incomoda. Os 100m não permitem falhas em nenhum momento. Já é assim normalmente, e na Olimpíada multiplica mil vezes mais. A prova é rápida, a competição também, tudo muito intenso, então um passo que você dá errado pode ser fatal”, disse.

Agora, apesar da frustração com seu resultado individual, Paulo André Camilo volta suas atenções para o revezamento 4x100m rasos, onde o Brasil tem tradição e chance de medalha – as eliminatórias da prova serão realizadas em 4 de agosto, às 23h30 (de Brasília).

“A gente tem dois anos vencendo muito, já virei a página dessa prova que passou porque a nossa realidade é o revezamento, sempre foi. Não dá para fugir disso. Agora é revezamento 4x100m, nossa equipe é muito qualificada, a gente estava um pouco distante, porque cada um estava em sua prova individual, mas vamos unir com todas as forças, é um momento único para nós e vamos fazer de tudo para trazer essa medalha”, afirmou.

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