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EsportesPresente e futuro do tênis de mesa, irmãs integram equipe brasileira em Tóquio

Presente e futuro do tênis de mesa, irmãs integram equipe brasileira em Tóquio

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Bruna Takahashi, 20, voltou ao Brasil em maio após o final da temporada europeia de tênis de mesa. Instalou-se no quarto da irmã mais nova.

Não que isso seja um problema para Giulia Takahashi, 16. Ela tinha 6 anos quando o pai a levava a um clube em São Bernardo do Campo (na Grande São Paulo) para assistir a irmã jogar. Foi quando se interessou pelo esporte.

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No próximo mês, as duas estarão juntas em Tóquio para disputar o torneio olímpico por equipes. Bruna é o principal nome feminino brasileiro da modalidade, a primeira do país a entrar entre as 50 melhores do ranking mundial (hoje é a 48ª).

Giulia (864ª) viaja como reserva, mas é apontada como uma das maiores promessas brasileiras da história do tênis de mesa nacional.

“Saber que vou para os Jogos foi um sentimento inexplicável. Sempre disse que gostaria de ir [para a Olimpíada] e estar ao lado da minha irmã”, afirma a caçula que na Rio-2016 estava na arquibancada para ver Bruna, na época com 15 anos, competir também na disputa por equipes.

O Brasil foi eliminado na primeira fase. Na época, ela era a mais jovem do grupo (e da delegação do país), assim como Giulia será agora.

“O tênis de mesa no Brasil é um processo. Temos de continuar melhorando e quero subir mais no ranking. No momento, vamos aproveitar a experiência de estar lá ao lado da Giulia. Tenho certeza que uma vai ajudar a outra”, explica Bruna, atleta do Sporting, de Portugal, e patrocinada pela Ajinomoto.

Evoluir no esporte em um clube europeu, onde é possível competir mais e contra adversárias melhores, é mais um caminho de Bruna que Giulia deseja imitar.

“Ela me pergunta como é a Olimpíada, quer estar preparada. Eu lembro dela bem pequenininha nos Jogos de 2016, então ela sabe como é o clima. Olimpíada é a competição em que você precisa ter mais atenção. Mas eu vou estar lá do lado dela para ajudar”, ressalta Bruna, primeira brasileira a ganhar um circuito da Federação Internacional de Tênis de Mesa, na República Checa, em 2015.

Mesmo ano em que conquistou o ouro no torneio de Cadetes, no Egito, Nunca uma atleta do país havia sido campeã mundial no tênis de mesa individual

No Pan-Americano de Lima, em 2019, ela foi a atleta nacional da modalidade que mais conquistou medalhas. Foi prata nas duplas mistas e bronze nas duplas femininas e no individual.

Bruna tem um discurso realista e maduro para os seus 20 anos. Sabe que chegar ao pódio em Tóquio será difícil e que as equipes asiáticas são favoritas. Não vai se frustrar ou se empolgar demais.

“Eu preciso saber que tenho um longo caminho pela frente. Tenho outras Olimpíadas. Se perdermos na primeira rodada, não é o fim do mundo, nem para largar tudo e ir embora [do esporte]”, ressalta.

O verbo “largar” serviu apenas na decisão de deixar o conforto da casa dos pais. Aos 18, mudou-se para Portugal ao receber convite do Sporting. Acostumou-se logo com a nova vida. Foi mais difícil para os pais Ricardo (que ela chama de braço direito) e Gisele que a levaram pela primeira vez para treinar em São Bernardo aos 8 anos. Pode ficar ainda mais complicado para eles quando Giulia receber uma oferta parecida.

“Eu já estava acostumada a viajar sem a família. Quando fui para Portugal, a diferença foi que demoramos mais para nos ver. Mas você aprende a ser independente, a se virar. O tempo passa rápido”, observa.

Giulia considera até mesmo a possibilidade de ir para mais longe. Seus resultados podem fazer surgir um convite da Ásia. Ela diz que aceitaria. Seria natural para uma atleta que aos 11 anos ganhou seletiva para o sul-americano infantil e não parou mais. A garota viaja para Tóquio como reserva e só será acionada em caso de contusão de alguma das titulares.

É algo que ela não pensa. Uma das avaliações que Bruna faz sobre si mesma e que lhe serve no tênis de mesa é a capacidade de ser observadora. Giulia terá de imitar a irmã também nisso para absorver a experiência olímpica e aprender. Porque sua hora ainda vai chegar. Pode ser em Paris-2024.

Mas se houver necessidade agora, por que não?

“Eu já me sinto parte da equipe. Estou preparada para o que der e vier e para ajudar no que for preciso”, assegura.

Enquanto isso, elas treinam juntas e dividem a preparação para os Jogos. Uma passa dicas e incentivos para a outra.

“Na pandemia [em 2020] eu voltei para o Brasil e passei alguns meses. A gente ficou ainda mais próxima. Vai ser bom ter alguém ali do meu lado para dividir tudo o que vai acontecer na Olimpíada”, finaliza Bruna.

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