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EsportesProcuradoria do STJD pede inquérito sobre injúria racial denunciada por Edenílson

Procuradoria do STJD pede inquérito sobre injúria racial denunciada por Edenílson

Procuradoria do STJD pede inquérito sobre injúria racial denunciada por Edenílson

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A Procuradoria da Justiça Desportiva pediu, na noite de segunda-feira, a abertura de um inquérito para apurar a injúria racial denunciada pelo volante Edenílson no último sábado, durante o empate por 2 a 2 entre Internacional e Corinthians, no Beira-Rio. O jogador relatou ter sido chamado de “macaco” por Rafael Ramos, lateral-direito do time paulista.

Anunciada nesta terça-feira em nota oficial publicada no site do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a solicitação de inquérito já foi encaminhada a Otávio Noronha, presidente do órgão. De acordo com o STJD, o caso exige uma análise minuciosa dos acontecimentos.

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“Ante à possibilidade da oitiva de mais depoimentos, bem como a reunião de novos documentos e mídias que corroborem com o depoimento do atleta EDENILSON, em respeito à causa antirracista e à condução isenta dos procedimentos neste STJD, em especial por esta Procuradoria, faz-se necessária a apuração detalhada da prática da referida e repudiável conduta discriminatória”, diz o pedido.

Ao fim da partida de sábado, Edenílson registrou um Boletim de Ocorrência contra Rafael Ramos ainda no Beira-Rio. Por isso, o jogador português foi detido no posto policial do estádio e prestou depoimento, mas acabou liberado após pagamento de fiança.

Em breve contato com a imprensa, disse que “foi apenas um mal entendido” e revelou ter conversado com Edenílson. Segundo o lateral, o volante do Inter teria entendido errado a palavra que ele falou. Quando Edenilson se manifestou, contudo, foi para confirmar sua versão do fato e para dizer que a denúncia estava mantida.

Com o pedido da abertura de inquérito, os dois jogadores devem ser ouvidos novamente, assim como o árbitro Bráulio Machado e os auxiliares Alex dos Santos, Thiago Americano Labes e Lucas Guimarães Rechatiko Horn. Além disso, haverá análise dos áudios captados pelos microfones da equipe de arbitragem e pelos veículos de comunicação.

“A Procuradoria entende que os fatos devem ser analisados com maior profundidade para que se prossiga com as medidas adequadas e apropriadas para a situação”, diz outro trecho do texto. “A Procuradoria destacou ainda que repudia qualquer tipo de ato discriminatório, assim como reforça que injúria racial é crime e se une a todos os clubes, Federações e atletas que buscam um futebol mais justo e igualitário”, completou.

Rafael Ramos pode ser enquadrado no artigo 243-G do Código brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): “Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A punição pode ser de suspensão por até 360 dias e de multa de R$ 100 a R$ 100 mil.

O caso já está sendo investigado pela Polícia Civil, que colheu depoimentos dos envolvidos no mesmo dia do ocorrido. Na segunda-feira, foi informado que Rafael Ramos seria alvo de um inquérito policial e que a delegada Ana Luiza Caruso, da 2º Delegacia de Porto Alegre, solicitou uma perícia de leitura labial.

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