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EsportesSunisa Lee cresce na ausência de Biles, orgulha família e dá voz a etnia

Sunisa Lee cresce na ausência de Biles, orgulha família e dá voz a etnia

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Sunisa Lee foi ao Japão para conquistar a medalha de prata na disputa individual geral da ginástica artística. O ouro, poucos ousavam questionar, estava guardado para Simone Biles. Na competição por equipes, seu plano era ser uma boa coadjuvante para aquele que era o grande nome dos Jogos Olímpicos.

Tudo mudou quando a estrela abandonou a final entre países. Mais tarde, Biles desistiria também da decisão individual geral. Aí, Lee, 18, assumiu uma responsabilidade que não estava programada, foi crucial para levar os EUA ao segundo lugar na disputa coletiva e ocupou o topo do pódio no torneio individual.

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“É surreal. Não parece real”, resumiu a atleta, que, como muitos dos vencedores em Tóquio, tem uma história de superação. Além de deixar lesões para trás -teve uma fratura no pé e um problema no tendão de Aquiles em 2020-, enfrentou perdas familiares que a fizeram pôr em dúvida o futuro no esporte.

Em 2019, seu pai, com quem tem uma relação muito próxima, caiu de uma escada enquanto ajudava um vizinho a podar uma árvore e ficou com as pernas paralisadas. Em 2020, em meio ao cenário esportivamente incerto diante da pandemia de Covid, viu um tio e uma tia morrerem devido à doença.

“Os últimos dois anos foram absolutamente insanos, com o coronavírus, minha família e tudo mais. Esta medalha significa muito para mim, porque houve um ponto em que eu queria desistir. Nem imaginava que estaria aqui, por causa das lesões e de tudo. Então, são muitas emoções misturadas, mas estou superorgulhosa por ter insistido e acreditado em mim mesma”, afirmou Sunisa.

Também ficou bastante orgulhoso seu pai, John Lee, que chegou a brincar que daria um salto mortal para comemorar uma medalha de ouro da filha. Ele celebrou da cadeira de rodas, recordando a época em que, sem dinheiro para comprar uma trave para a filha treinar, construiu uma no quintal da casa.

John e a mãe de Sunisa, Yeev Thoj, deixaram o Laos nos anos 1970, num momento em que a etnia Hmong era perseguida. Após uma passagem por um campo de refugiados na Tailândia, chegaram aos EUA. Lá, nasceu a ginasta, agora um ícone para a comunidade asiática e um símbolo para os Hmong em particular.

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Na comemoração de sua conquista “surreal”, a ginasta publicou fotos de sua família e de membros de sua comunidade, com a legenda: “As pessoas pelas quais eu faço tudo”.

No Japão, ela ainda quer fazer mais. Depois de levar a prata na disputa feminina por equipes e superar a brasileira Rebeca Andrade por 0,135 para conquistar o ouro no individual, Sunisa Lee disputará as finais por aparelhos na trave e nas barras assimétricas. Nas barras, tem amplo favoritismo para receber mais uma medalha dourada.

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