Punido horas antes do inédito GP do Catar, Max Verstappen largou em sétimo lugar neste domingo e alcançou a segunda colocação ainda na quinta volta. A reação, contudo, não foi suficiente para impedir a segunda vitória seguida de Lewis Hamilton, que largou na pole position e terminou na mesma posição, tornando-se o primeiro piloto da Fórmula 1 a vencer uma corrida no Circuito Internacional de Losail, palco de uma etapa da categoria pela primeira vez na história.
Já o terceiro lugar ficou com o radiante Fernando Alonso, de volta ao pódio após sete anos. O espanhol de 40 anos não ficava entre os três primeiros desde 2014, quando foi o segundo colocado do GP da Hungria. “Já se passaram sete anos, mas finalmente chegamos lá. A equipe foi excelente e a confiabilidade do carro é ótima no momento. Esperei tanto por isso e estou muito feliz”, disse ele após a corrida.
Com a nova vitória, a 102ª da carreira, Hamilton chegou aos 343.5 pontos, oito atrás de Verstappen, líder do ranking, com 351.5. “Foi uma corrida bastante direta no final e foi um ótimo trabalho da equipe porque realmente precisávamos dos pontos hoje. Ter vitórias consecutivas é uma grande sensação e nos prepara bem para as duas corridas finais”, disse o britânico da Mercedes, que venceu o GP do Brasil em uma corrida histórica na semana passada e deu uma volta de comemoração segurando a bandeira brasileira.
Neste domingo, o piloto levantou outra bandeira. Em um posicionamento político contra leis discriminatórias do Catar, Hamilton entrou na pista vestindo um capacete pintado pelo brasileiro Raí Caldato com uma versão da bandeira LGBTQIA+ criada pelo designer Daniel Quasar. A arte acrescenta novas cores ao símbolo para valorizar outros grupos marginalizados, como pessoas transgêneros e intersexuais.
Duas horas antes do início da corrida, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou punições a Max Verstappen e Valtteri Bottas. Segundo colocado do treino classificatório, o holandês da Red Bull perdeu cinco colocações por ter ignorado a sinalização de bandeiras amarelas duplas e teve que largar em sétimo lugar. Já o finlandês da Mercedes, até então dono do terceiro lugar do grid, desrespeitou uma bandeira amarela e perdeu três posições, portanto caiu para sexto.
Assim, o francês Pierre Gasly e o veterano espanhol Fernando Alonso largaram em segundo e terceiro, respectivamente, atrás de Lewis Hamilton. A largada do britânico foi muito boa, sem dar chances de ultrapassagem para Alonso, que logo tomou a segunda posição de Gasly.
Já Verstappen assumiu o quarto lugar, diminuindo o prejuízo da punição, e precisou de cinco voltas para alcançar Alonso, ultrapassá-lo e ficar com a vice-liderança da prova. Bottas, o outro punido do dia, não teve a mesma eficiência do holandês na largada e caiu para o 11º lugar, mas na 24ª volta já estava em terceiro, ultrapassando Alonso no momento em que o espanhol parou nos boxes para colocar pneus duros.
Abaixo das três primeiras colocações, a briga para tentar uma chance no pódio ficou quente conforme Sergio Perez avançava na pista. Na volta 29, o mexicano travou um duelo intenso com Alonso, que se defendeu bem, e conseguiu assumir a quarta colocação para deixar o top 4 dividido entre Mercedes e Red Bull.
O próximo passo de Perez foi roubar o terceiro lugar de Bottas, frustrado por um problema que deixou seu pneu totalmente destruído. O piloto da Mercedes teve que ir aos boxes e despencou na classificação. Enquanto isso, Hamilton, companheiro de equipe do finlandês, mantinha a consistência para não deixar Verstappen ameaçar sua liderança.
Perez perdeu a terceira colocação para Alonso quando precisou parar e voltou em sétimo lugar, iniciando uma nova fase de recuperação na corrida. Ao chegar à sexta posição, viu o então quinto colocado Esteban Ocon, parceiro do espanhol na Alpine, defender a posição “como um leão”, como foi possível ouvir Alonso pedir ao se comunicar com a equipe no rádio. Ocon lutou bravamente, porém foi ultrapassado. Ainda assim, ajudou o companheiro tirando tempo do adversário.
Verstappen forçou o quanto pode na reta final da corrida, inclusive fazendo a volta mais rápida da corrida, em 1min23s61, importante para aumentar a pontuação. Apesar de não ter conseguido ultrapassar Hamilton, que abriu boa vantagem à frente, o holandês satisfez a Red Bull com o feito. Bottas, com danos do carro, não completou a corrida, enquanto Perez não conseguiu tirar o terceiro lugar de Alonso e terminou em quarto.
Agora, restam apenas duas etapas para o fim da temporada.A próxima será na Arábia Saudita, no próximo domingo, enquanto a última está marcada para dia 12 de dezembro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
1º – Lewis Hamilton (Mercedes), em 1h24min28s471
2º – Max Verstappen (Red Bull), a 25s743
3º – Fernando Alonso (Alpine), a 59s457
4º – Sergio Pérez (Red Bull), a 1min20s306
5º – Esteban Ocon (Alpine), a 1min20s570
6º – Lance Stroll (Aston Martin), a 1min21s274
7º – Carlos Sainz Jr. (Ferrari), a 1min21s911
8º – Charles Leclerc (Ferrari), a 1min23s126
9º – Lando Norris (McLaren), a uma volta
10º – Sebastian Vettel (Aston Martin), a uma volta
11º – Pierre Gasly (AlphaTauri), a uma volta
12º – Daniel Ricciardo (McLaren), a uma volta
13º – Yuki Tsunoda (AlphaTauri), a uma volta
14º – Kimi Räikkönen (Alfa Romeo), a uma volta
15º – A.Giovinazzi (Alfa Romeo), a uma volta
16º – Mick Schumacher (Haas), a uma volta
17º – George Russell (Williams), a duas voltas
18º – Nikita Mazepin (Haas), a duas voltas
Nicholas Latifi (Williams)
Valtteri Bottas (Mercedes)