SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em uma prova totalmente atípica, com mais de três horas de atrasos para largada em razão de uma forte chuva, o holandês Max Verstappen foi declarado o vencedor do GP da Bélgica após ele e os demais pilotos completarem quatro voltas protocolares atrás do safety car, neste domingo (29). George Russell, da Williams, e Lewis Hamilton, da Mercedes, completaram o pódio.
O GP da Bélgica, previsto para começar às 10h deste domingo (29), só começou às 13h17 (de Brasília) após adiamento por causa da forte chuva no circuito de Spa-Francorchamps.
A largada chegou a ser adiada para 10h25, mas foi suspensa no momento em que os pilotos realizavam a volta de apresentação atrás do safety car. Eles relataram problemas com a falta de visibilidade na pista.
O holandês Max Verstappen, da Red Bull, pole position no GP, concordou com a paralisação em mensagem pelo rádio.
Existiu a possibilidade de a corrida ser remarcada para segunda-feira (30), mas também com previsão de condições climáticas adversas.
Por volta das 13h, a organização da prova anunciou que a largada seria 13h17. Ao longo dessas três horas, alguns aproveitaram a indefinição para tirar um cochilo nos boxes. Houve entre os funcionários das equipes jogos de cartas nos boxes, inclusive.
Com a largada atrás do safety car, os pilotos completaram somente quatro voltas, o que garantiu, segundo o regulamento, a metade dos pontos em disputa. Como nenhum piloto pode ultrapassar o outro, o lugar mais alto do pódio permaneceu com Verstappen.
Com a pontuação pela metade (12,5 pela vitória), o holandês contabilizou 199,5 pontos, o que não foi suficiente para ultrapassar Hamilton, o terceiro colocado na Bélgica e que agora soma 202,5 na liderança do Mundial. O segundo lugar na corrida ficou com George Russell, da Williams.
“É uma vitória, mas não é como você quer vencer. Acho que o crédito vai para os fãs que ficaram aqui nestas condições de chuva”, disse Verstappen ao perfil oficial da F1 no Twitter.
O GP da Bélgica teve momentos de tensão ao longo deste final de semana. Debaixo de chuva no treino deste sábado (28), o inglês Lando Norris, 21, da McLaren, sofreu acidente na temida curva Eau Rouge e foi encaminhado para o hospital – após os exames, ele foi liberado para correr neste domingo.
Antes da colisão, os pilotos demonstraram preocupação com os perigos de aquaplanagem, inclusive o alemão Sebastian Vettel chegou a pedir bandeira vermelha e criticou duramente a organização da corrida.
Foi justamente na Eau Rouge que há dois anos o piloto de F2 Anthoine Hubert sofreu um acidente e morreu. Há cobranças dos pilotos para possíveis mudanças na curva, como ampliação da área de escape, algo ainda não executado.
Neste domingo, Sérgio Pérez, 31, bateu a caminho do grid. Com os estragos em seu carro da Red Bull, não poderia participar da prova. Com o atraso e a indefinição por um reinício, mecânicos da equipe correram para tentar deixar o veículo em condições de o piloto correr. Com base no regulamento, a FIA autorizou a participação do mexicano, que teria de largar do pitlane.
A corrida foi realizada depois de um crime abalar a categoria e a Bélgica. Nathalie Maillet, 51, diretora do autódromo de Spa-Francorchamps, e a sua namorada, Ann Lawrence Durviaux, foram assassinadas a tiros por Franz Dubois, um ex-piloto, no último dia 15, na província de Luxemburgo. Dubois estava separado de Nathalie, e a relação entre as duas mulheres era de conhecimento público.
Autoridades belgas investigam as circunstâncias das mortes, mas a princípio considera o caso como um duplo homicídio seguido de um suicídio.
Na noite do crime, os três jantaram com objetivo de discutir a partilha de bens do divórcio. Segundo o portal belga Sudinfo, a linha de investigação aponta o dinheiro como a motivação do crime. Foi o próprio Dubois quem ligou para informar à polícia de que teria cometido o duplo assassinato.
“Ele ligou para relatar que acabara de matar as duas mulheres e que acabaria com sua vida. Quando a polícia chegou ao local, três corpos sem vida foram encontrados”, afirmou Sarah Pollet, porta-voz do Ministério Público de Luxemburgo.
Nathalie, ex-piloto de carros de turismo, administrava o tradicional circuito de Spa-Francorchamps desde 2016.