Em meio à segunda semana de conflitos na Guerra na Ucrânia, protestos contra a invasão russa são vistos em várias áreas e em diversas partes do mundo. A cozinha não fica de fora. O Bar da Dona Onça, localizado no Centro de São Paulo, decidiu retirar o famoso estrogonofe do cardápio como um ato de solidariedade à Ucrânia e à história da Rússia, onde milhares de cidadãos discordam da postura adotada pelo presidente do país.
“Povos russos estão sofrendo e envergonhados com a situação. É uma forma de falarmos que eles não estão sozinhos, já que eles não podem falar porque vivem em uma ditadura. Cabe a nós protegê-los também”, conta Janaína Rueda, chef do restaurante.
A ideia surgiu assim que a Rússia invadiu o território ucraniano. Janaína, que faz um trabalho educacional em escolas públicas através de pratos de diferentes nacionalidades, utilizava o estrogonofe como peça-chave para abordar a Segunda Guerra Mundial. “Isso é um protesto. É sobre a cozinha ser ferramenta de educação política”, defende.
“Temos o intuito de alertar os povos que uma nação não é representada por um homem megalomaníaco, ela é representada por sua história cultural”, reflete a chef.
A receita do estrogonofe nasceu na Rússia dos czares, no século 19, e no início era um prato sofisticado. De lá para cá, foram várias versões – e diferentes histórias de qual seria a receita original. A mais provável é que teria sido a criação de um cozinheiro francês chamado Charles Briere, que trabalhava para uma família nobre de São Petersburgo, os Stroganoff. Daí o nome do prato.